[...] - Mas ele traiu meus pais!
- Assim é a magia no que ela tem de mais profundo e impenetrável, Harry! - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, pág. 313
Enfim chegou a vez de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban que é a terceira dose de Harry Potter do ano. Juro que achei que ia demorar mais tempo para ler a série, por isso eu vou passar ler um livro antes de ...Cálice de Fogo. Vamos ao tema da postagem.
Todos amam quando acontece porque é um dos artifícios que mostram bastante a inteligência do autor e JK Rowling sabe usar com maestria. Eu estou falando de Plot Twist. Hoje é dia de reviravolta sim. E a autora já me banhou do mecanismo 3 vezes para eu ignorar.
Por ser uma narrativa em volta de mistério, com pitadas de aventura, Harry Potter é uma série que busca a surpresa para o leitor. Nos 5 últimos capítulos a escritora arma uma trama que vai acelerar o ritmo de leitura e a história começa a ser elucidada, embora ninguém saiba em qual sentido aquela enxurrada de informações vai.
Genialmente, Rowling usa quatro métodos para nos brindar com um final de tirar o fôlego. Nesse livro específico nós temos um vilão claro, Sirius Black, e nenhum claro antagonista a esse personagem a não ser o Harry, que não pode fazer nada com o assassino em massa recém-foragido que afirma estar indo à Hogwarts. E apresenta todas as provas palpáveis para isso.
Uma pena que todas essas provas eram red herrings. Red herrings são as pistas falsas que chamam mais atenção que as pistas verdadeiras. Eu pessoalmente não consigo enxergar uma pista falsa maior em Prisioneiro de Azkaban que não seja o Bichento, o gato de Mione. Eu cheguei a achar que o Bichento era o próprio Black. Assim foi com o comportamento do Snape no primeiro livro, e as aranhas, no segundo.
Outro recurso que JK Rowling usa é a descoberta, ounome feio anagnórise. Até o final do livro, até as últimas linhas das revelações de Black, a gente não acredita nem em um terço do que ele fala. Mas Perebas é Pettigrew e essa revelação muda toda a visão sobre a noite da morte de Lílian e Tiago Potter. A anagnórise é uma revelação que clareia partes do enredo e muda toda a visão do protagonista e do leitor sobre o que já fora narrado. E o que dá base a isso é o flashback.
Os relatos de Sirius Black e Profº Lupin remontam e levam o leitor há anos atrás, para a noite em que Voldemort perde seus poderes. Os flashbacks vão montando argumentos sobre as ações do presente e sobre eventos sem explicações do livro, como o ódio do Bichento por Perebas, ou a raiva de Snape por Lupin.
Por último, e não menos importante, vem o método que a solução é apresentada para fazer um final quase feliz e eu estou falando da "arma de Chekhov", nesse livro, mais conhecido com vira-tempo. Chekhov's gun é um recurso que preza que alguma coisa seja apresentada no começo do livro e que o leitor "esqueça" ou ache inútil o objeto. O vira-tempo não é apresentado fisicamente, mas a gente realmente ficou desinteressado em saber como a Hermione conseguia assistir aulas em um só horário, até que o item é revelado e provoca, literalmente, uma mudança no curso da história.
Pelo que acabei de mostrar, JK Rowling realmente esbanja inteligência em cada linha que escreve e, com certeza, é minha autora favorita por tudo que ela passa para as páginas. Desde A Pedra FIlosofal até Vocação para o Mal, a britânica mostra como seus livros foram melhorando e como o suspense cerca o seu estilo.
Viva JK Rowling!
Até segunda e aguardem Harry Potter e o Cálice de Fogo.
Enfim chegou a vez de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban que é a terceira dose de Harry Potter do ano. Juro que achei que ia demorar mais tempo para ler a série, por isso eu vou passar ler um livro antes de ...Cálice de Fogo. Vamos ao tema da postagem.
Todos amam quando acontece porque é um dos artifícios que mostram bastante a inteligência do autor e JK Rowling sabe usar com maestria. Eu estou falando de Plot Twist. Hoje é dia de reviravolta sim. E a autora já me banhou do mecanismo 3 vezes para eu ignorar.
Por ser uma narrativa em volta de mistério, com pitadas de aventura, Harry Potter é uma série que busca a surpresa para o leitor. Nos 5 últimos capítulos a escritora arma uma trama que vai acelerar o ritmo de leitura e a história começa a ser elucidada, embora ninguém saiba em qual sentido aquela enxurrada de informações vai.
Genialmente, Rowling usa quatro métodos para nos brindar com um final de tirar o fôlego. Nesse livro específico nós temos um vilão claro, Sirius Black, e nenhum claro antagonista a esse personagem a não ser o Harry, que não pode fazer nada com o assassino em massa recém-foragido que afirma estar indo à Hogwarts. E apresenta todas as provas palpáveis para isso.
Uma pena que todas essas provas eram red herrings. Red herrings são as pistas falsas que chamam mais atenção que as pistas verdadeiras. Eu pessoalmente não consigo enxergar uma pista falsa maior em Prisioneiro de Azkaban que não seja o Bichento, o gato de Mione. Eu cheguei a achar que o Bichento era o próprio Black. Assim foi com o comportamento do Snape no primeiro livro, e as aranhas, no segundo.
Outro recurso que JK Rowling usa é a descoberta, ou
Os relatos de Sirius Black e Profº Lupin remontam e levam o leitor há anos atrás, para a noite em que Voldemort perde seus poderes. Os flashbacks vão montando argumentos sobre as ações do presente e sobre eventos sem explicações do livro, como o ódio do Bichento por Perebas, ou a raiva de Snape por Lupin.
Por último, e não menos importante, vem o método que a solução é apresentada para fazer um final quase feliz e eu estou falando da "arma de Chekhov", nesse livro, mais conhecido com vira-tempo. Chekhov's gun é um recurso que preza que alguma coisa seja apresentada no começo do livro e que o leitor "esqueça" ou ache inútil o objeto. O vira-tempo não é apresentado fisicamente, mas a gente realmente ficou desinteressado em saber como a Hermione conseguia assistir aulas em um só horário, até que o item é revelado e provoca, literalmente, uma mudança no curso da história.
Pelo que acabei de mostrar, JK Rowling realmente esbanja inteligência em cada linha que escreve e, com certeza, é minha autora favorita por tudo que ela passa para as páginas. Desde A Pedra FIlosofal até Vocação para o Mal, a britânica mostra como seus livros foram melhorando e como o suspense cerca o seu estilo.
Viva JK Rowling!
Até segunda e aguardem Harry Potter e o Cálice de Fogo.