Ela estendeu a mão para retomar o medalhão. Por um momento, Harry pensou que Voldemort não ia deixar, mas logo o medalhão escorregava entre seus dedos e estava de volta ao acolchoado de veludo vermelho.
- Eis aí, Tom, querido, e espero que tenha gostado!
A bruxa olhou-o diretamente no rosto e, pela primeira vez, Harry viu o sorriso tolo dela vacilar - Harry Potter e o Enigma do Príncipe, pág. 316
Eis que sou jogado no chão, pisado, sambado e humilhado, mas estou para escrever mais texto sobre Harry Potter e dessa vez sobre Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o sexto livro da série. Para você que achava a morte de Cedrico Diggory destruidora...
Mas para coroar o sexto livro, JK Rowling se encarrega de criar uma atmosfera em volta da Sonserina e foca na construção de, mais especificamente, três personagens: Draco Malfoy, Snape e Lorde Voldemort. Por esse motivo eu vou falar sobre a vilania dentro do Mundo Mágico.
Já tivemos Professor Quirrel, basilisco, Pedro Pettigrew, os Dementadores, Bartô Crouch Jr., Dolores Umbridge e os mais seleto time de Comensais da Morte que inclui Lucio Malfoy e Belatriz Lestrange. Mas nesse livro, Dumbledore se propõe a dar aulas de Voldemort a Harry já que as aulas de Oclumência do Professor Snape deram muito errado. Portanto, acompanhamos o crescimento de Tom Riddle, desde antes do seu nascimento até o início de sua vida profissional.
Além disso, Snape e Draco vão sendo criados lentamente durante os cincos anteriores como personagens irritantes, mas nesse volume a gente percebe até onde cada um dos dois podem chegar. E eles chegam longe.
Desde sempre o leitor sabe os objetivos de Lorde Voldemort, mas só nesse livro fica mais claro os seus motivos. Um motivo dele perpassa por sua similaridade com o protagonista. Ambos são órfãos e mestiços. O que fez de Harry uma pessoa carente, fez de Tom uma pessoa fria, embora tenham em Hogwarts uma casa que os acolheu.
Tom Riddle tem todo um arco de psicopata bem arquitetado. Ele é fruto de um relacionamento baseado em uma poção do amor e desilusão amorosa. Nasce em um orfanato odiando o pai que o abandonou e, depois, a mãe quando descobriu que se apaixonou por um trouxa. Antes de ser convocado à Hogwarts já controlava alguns aspectos da magia e já amedrontava os coleguinhas do orfanato.
Uma vez estudando em Hogwarts e instalado na Sonserina, Riddle desenvolve seu lado sedutor e manipulador, conquistando, assim como Draco, um grupo de amigos, admiradores e seguidores, que depois seriam os Comensais da Morte. Então ele vê nas Horcruxes a chance de uma possível vida eterna, para isso ele precisaria matar, o que ele faz sem remorsos. Voldemort, por fim, é egocêntrico, psicopata, mas também, megalomaníaco, só que tem medo de Dumbledore e de Harry Potter.
Já Snape é aquele aluno que sempre sofreu bullying pela simples razão de existir. Nós já vimos como acabam várias histórias de bullying, e eu não estou falando de Thirteen Reasons Why, estou falando dos Massacres de Columbine e Realengo. Mas Snape não acabou se tornando um assassino em massa, só um Comensal da Morte rancoroso que aprendeu a criar feitiços e manipular poções.
Embora vítima de bullying e recluso, não demorou para se mostrar trevoso, dissimulado e até egocêntrico se auto-intitulando Prícipe Mestiço. Com Harry detendo o livro de Poções de Severo a gente se arremeda pela cabeça de um aluno extremamente inteligente, mas inclinado para o mal. Todos entendiam Snape como perverso, mas não como assassino.
Porém Draco Malfoy é típico Comensal honrado por servir Lorde Voldemort. Nasceu rico e sangue-puro e já doutrinado a odiar o que é diferente e subjugar os seus iguais. Ou seja, Malfoy simplesmente é o que ele foi ensinado a ser. A partir daí ele se mostra cruel e narcisista, renegando até ajuda do Professor Snape. Para ódio do vilão, Draco não é capaz de matar ainda, mas não sei se em Relíquias de Morte ele vai fazer a linha arrependido ou ovelha negra entre os Comensais.
JK Rowling conseguiu construir uma gama de vilões muito interessante e cada um com um jeito diferente. Fenrir Greyback é sanguinário e canibal. Dolores Umbridge é preconceituosa sob uma capa de doçura sonsa. Lucio é do time que pode ver o barco afundar desde que ele tenha um bote. Narcisa é faço-tudo-pela-família. No fim, a autora não erra na construção de um grupo heterogêneo que luta pelo poder das trevas e onde isso pode os levar.
Você tem um vilão favorito em Harry Potter? E o que você acha mais genial na história de JK Rowling?
Nos vemos na próxima segunda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário