ZIGGY: Às vezes quando eu morfo. não posso evitar notar uma explosão gigante atrás de mim, se motivo aparente...
DOUTORA K: Assumo que está se referindo aos resíduos de energia que são necessários para dar claridade ao canal do Biocampo do traje durante a morfagem. - Power Rangers: RPM - E10
Desde que eu assisti Power Rangers - O Filme, eu fiquei na vontade de assistir uma temporada inteira. Logo depois, eu assisti Power Rangers: Operação Ultraveloz e, meu Deus!, não sei como produziram isso. Por isso demorei tanto para tentar ver outra temporada e estou aqui para falar de Power Rangers: RPM, porque essa sim merece ser lembrada e tinha sido esquecida.
Power Rangers: RPM foi lançada em 2009, nos EUA, e em 2010, no Brasil, e é a adaptação da série Engine Sentai: Go-Onger produzida pela Saban e transmitida pela ABC Kids, nos Estados Unidos, e pela Disney XD, no Brasil. Essa foi uma das temporadas melhor criticadas, ele só fica atrás de No Espaço, mas é que teve menos audiência; vamos falar sobre essa controversa temporada?
Depois de um vírus de computador, o Venjix, ser liberado e dominar o mundo, os humanos sobreviventes se isolam na cidade copulada de Corinto protegida pelos Power Ranger RPM. A história começa com a tentativa de Dillon e Ziggy chegarem à cidade. O primeiro perdeu a memória e está perdido no deserto e o segundo, na verdade, estava fugindo de Corinto. Ao alcançar a cidade, os dois se deparam com Scott, Flynn e Summer, os rangers, mentorados pela Doutora K.
Entre os personagens, os destaques vão para Summer (Rose McIver), Dillon (Dan Ewing), Tenaya 7(Adelaide Kane) e Doutora K (Olivia Tennet). A Summer em nenhum momento aparenta a fragilidade comum de Power Ranger feminina. Embora se apaixone, isso nunca assume o principal objetivo dela, e o arco dela é muito bom. Dillon é impulsivo e sedento pelo passado que ele não conhece, tem um jeito diferente de mostrar que gosta de alguém, tenta ser macho-alfa, mas tem momentos que precisa ser salvo e tem uma história maravilhosa relacionada com o núcleo dos vilões. Tenaya 7 é uma das melhores vilãs do Universo Ranger. Ácida, debochada, afrontosa e cruel, claro sem esquecer a dualidade. Dra. K é aquela personagem que tem tudo para ser vilã, mas a frieza dela dá lugar à inocência, insegurança, e ao mesmo tempo, ela tem umas tiradas contra o governo de Corinto.
Scott (Eka Darville), Flynn (Ari Boyland) e Ziggy (Milo Cawthorne) amo o jeito que o Ziggy luta não são grandiosos, mas possuem histórias interessantes. E esse é o trunfo dessa temporada: as boas histórias. O roteiro não é um combo de de cenas de ação do bem contra o mal que acaba com um megazord. Cada personagem tem uma personalidade, as histórias deles se entrelaçam com a história de Corinto. Existem episódios com cuidado de contar quem era cada ranger antes do apocalipse. E ousa na ficção científica.

Tenho obrigação de falar de alguns jogos de câmera que são realmente impressionantes para Power Rangers. Uma das primeiras cenas conta com uma luta filmada a partir das sombras no chão a la Logan. A cena do Ziggy e da Tenaya 7 nos varais também é bem interessante, mistura a ideia do assobio com aquele mar de lençóis, gera uma desnorteada em quem está assistindo. Uma das lutas finais também tem um jeito muito bom, o capacete de um dos rangers cai e a finalização da cena é filmada a partir desse capacete no chão. Então RPM também arrasa nisso.
Por ser uma série infantil, Power Rangers: RPM tem esse perfil "moral da história". Todo episódio traz uma reflexão interessante desde "salve a natureza" a "seja o que você quiser e as pessoas vão se orgulhar de você", e o enredo em si fala exatamente sobre os avanços tecnológicos. O duelo é humano versus máquina, passando pela precisão da máquina, a resistência humana, a velocidade dos dados, os sentimentos que nos tornam fortes.
Power Rangers: RPM é uma boa volta aos tempos de criança, de ler um TO BE CONTINUED e surtar, de ver a simplicidade de uma trama infantil, com poucas exigências, mas lembrar da vontade de contar uma boa história com mocinhos interessantes, vilões interessantes e contexto sedutor. A leveza infantil tem que ser valorizada.
Até a próxima!