quarta-feira, 24 de junho de 2015

A juventude brasileira não é politizada?

Se você tem entre 14 e 21 anos com certeza já ouviu a expressão “ o jovem brasileiro de hoje não é politizado”, da parte dos seus professores, pais e até mesmo nos livros didáticos. Porém será isso verdade? Será que não ligamos muito para a situação do nosso país?
Afinal de contas, o que é ser politizado? Levantando uma questão linguística política e cidadania na verdade significam a mesma coisa só que uma provem do grego e a outra do latim, logo podemos ver que ser um cidadão politizado é ter conhecimento do que ocorre no seu país, é saber mais sobre os líderes e sobre a maneira como cada um governa.
Nós temos acesso a essa informação pelos jornais e revistas onde podemos ler uma notícia(principalmente sobre corrupção) ou pela nossa família. A questão é, claro é importante ter conhecimento da opinião dos outros, principalmente as dos seus pais já que eles viveram bem mais tempo que você e já votaram e conheceram mais sobre os escândalos,  mas onde fica a sua opinião? Afinal de contas os jornais quase sempre puxam a sardinha para um lado enquanto a sua família já tem opinião formada, então como criar?
Sim, se você nunca parou para pensar nisso, você começa a ficar louco. Eu pareço uma velha aqui falando, mas eu comecei a me preocupar com essa questão ano passado, e não foi algo do tipo Nossa as eleições estão chegando hum… vou ler a constituição. Para falar a verdade, eu comecei a me preocupar através da literatura de ficção.
Livros como Jogos Vorazes e Divergente são geralmente criticados por serem modinha. Mas a verdade é que esses livros trazem várias mensagens para a politização dos jovens. Sim a porcentagem de leitores no Brasil é baixa, mas cada vez mais esse número vem crescendo e adivinha o que eles estão lendo? As distopias do tipo modinha. Sem falar que ambos geraram filmes de muito sucesso, que podem não ter sido os primeiros na bilheteria, mas tiveram seu brilho.
E as adaptações desses livros? Muitos dos amigos chegaram a lê-los justamente por causa dos filmes que arrecadam muito mais, eles podem não ficar em primeiro lugar nas bilheterias, mas que ocupam um bom lugar ocupam.
Sem falar em séries como As Crônicas de Gelo e Fogo, mesmo não vivendo em uma monarquia, podemos traduzir várias ações dos reis e rainhas de asoiaf para a vida real (e existem vários memes por ai provando isso). E sem falar na questão da escolha e defesa do seu candidato favorito ao trono o que tem de barraco na internet de Daenerys x Stannis… E isso é até bom de certa forma, nesta realidade fictícia pode te ajudar a escolher os governantes na vida real.
Além é claro que um número crescente de jovens está começando a ler mais clássico, o pessoal que lê as distopias atuais vai partir para as das   mais antigas como Fahrenheit 451, Admirável Mundo Novo e 1984 que mostram a nossa realidade de uma maneira distorcida e vão abordar temas como a liberdade de expressão.  E logo o pessoal que tá lendo essas distopias mais antigas vai partir para os clássicos de ficção como Os miseráveis e o Grande Gatsby, se preocupam em fazer uma denuncia social que ainda existe.
Os quadrinhos que são um gênero literário que as vezes nem como literatura são contados tem seu valor.  Imagine, uma pessoa que começou a ler agora o que ela vai preferir ler um calhamaço ao estilo de O conde de monte Cristo ou uma história em quadrinhos( que tem menos palavras e é ilustrada)? E para isso temos ~tanana~ Persépolis que aborda vários assuntos entre eles a politização da juventude.
A literatura brasileira não tem tanto espaço para ficção se comparada com a inglesa ou a americana por exemplo, mas os livros, principalmente os Young Adults estão buscando temas cada vez mais adaptados a nossa realidade como por exemplo o Bullying em Por que Indiana João? O que pode ser um fator que vai causar irritação, logo uma busca por soluções o que a gente vai poder conferir mais não só na literatura mas em outros meios bem mais acessíveis como as novelas ou os seriados de televisão, séries como Game of Thrones e Orange is The Black estão ficando cada vez mais populares, se não a Netflix não teria adiantado a série para um dia antes ou a HBO não teria aberto o sinal.
As escolas estão cada vez mais pedindo avaliações de documentários que falam sobre a educação, e o mesmo vale para os vestibulares… O que já é algo significante não?
E sem falar de várias músicas brasileiras que foram escritas em outra época e com outro contexto ainda fazem sucesso hoje, e são músicas que vão trabalhar bem com a crítica social.  Quem não conhece legião urbana?
E as novelas estão falando cada vez mais de temas relacionados a nós. Claro que tem o triangulo amoroso, briga entre amigos etc, etc… Mas você pode ver que mesmo de uma forma mais descontraída falam sobre a política.
Então temos exemplos na cultura popular, nas escolas, os jornais não deixam de falar de política, uma crescente cultura da leitura de distopias, audiência maior para suas adaptações, pesquisas indicam que mais leitores estão buscando por clássicos e ai… A juventude brasileira não é politizada?

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