"Não basta dizer que é um estreia espetacular. É uma história admirável, marcada pela escrita e ideias afiadas". Quem disse isso foi Stephen, O Rei, King. E, se ele falou, não vou negar.
Hoje seria o dia de postar o Diário, mas não o farei. Semana que vem eu posto e explico o por que de eu não postar hoje.
Eu não sei se o livro é rápido ou as circunstâncias o fizeram ser. Li esse livro em 4 dias, mas conseguiria ter lido em 3. Para quem não sabe, estou lendo "D. Quixote" e a leitura é mais lenta e pesada, a escrita é rebuscada... E, por ser difícil, eu comecei a ficar desanimado, comecei a floppar, e daí perguntei em um grupo o que fazer. Me disseram para pegar algo mais leve, fluido. Então peguei "Objetos Cortantes", de Gillian Flynn.
"Objetos Cortantes" é o livro de estreia de Gillian Flynn, autora de "Garota Exemplar". O livro é narrado por Camille Preaker, uma jornalista policial de Chicago que foi incumbida de voltar a sua cidade natal e fazer uma reportagem sobre os acontecimentos estranhos, depois de recém-saída de um tratamento contra a auto-mutilação. Recentemente uma criança havia morrido e outra estava desaparecida.
Camille, além de investigar e sondar a polícia sobre o assassinato, tem que conviver com sua família hostil e nada normal. A jornalista terá que se relacionar com o padrasto calado, a irmã mimada que mal conhece e a mãe hostil.
O livro não tem uma estrutura normal de um livro policial. Claro, ele tem a estrutura básica de acontecimento-investigação-solução. Mas a investigação não acontece de maneira esperada, porque os suspeitos não são claros, a polícia não ajuda na investigação da Camille, dando a ideia que todo mundo é suspeito e ninguém é.
Poucos personagens são aprofundados, até porque a cidade inteira é questionável. Tive dois suspeitos e, como eu gosto de acertar (desculpa, sociedade), fiquei feliz de o culpado ser um dos que estavam em mente.
A solução para o caso foi maravilhosa. Gillian Flynn foi surpreende no final, início e fim se encaixam com impressionante inteligência e conhecimento psicopatológico.
Graças ao Bom Deus, Gillia Flynn fala que não se inspirou em ninguém para os personagens, porque não tem gente fofa nesse livro, nenhuma pessoa tem boa índole.
Para tudo! que essa resenha merece "Momento Spoiler". Então, para você que já está convencido a ler, até segunda que vem! Se você já, continua comigo que eu preciso falar!
Minhas dúvidas entre o serial killer era entre a Adora, a mãe de Camille, e a irmão Amma, de 13 anos. Adorei ver as duas caindo.
Mas Amma sendo a assassina, confesso, foi um pouco inesperado, porque ela tem 13 anos. Drogada? Talvez. Bêbada? Talvez. Periguete? Não posso julgar. Amma para mim era só mimada e até um pouco vítima.
Pelo fato de ela ser assassina o comportamento das amigas dela combinam com a situação. Jodes retraída, os risinhos das outras quando tudo mundo estava procurando por Natalie Keene.
Realmente Adora não seria a assassina porque uma pessoa que arranca dentes pela sensação de poder, não vai jogar fora os dentes. Imaginei Camille com o máximo de revolta possível quebrando aquela casa de bonecas. Amma e Adora mereceram os seus respectivos fins.
E adorei a ideia da doença de Adora. A mãe de Camille sempre apresentou um jeito pertubador e Gillian Flynn nos entrega o distúrbio MPP, Munchausen Por Procuração, de maneira sutil. MPP é um distúrbio que faz com que a pessoa tenha atenção dos outros, no caso de Adora, pela fragilidade médica de um menor. E foi assim que Adora matou Marian.
Gillian construiu uma história objetiva, simples e inteligente. Com dois culpados para crimes diferentes. O que acharam do livro? Comenta aqui embaixo avisando que é com spoiler. Até segunda que vem!