segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Melhores do Meu 2016

Nessa semana, 2016 acaba e só nos resta agradecer a vocês pela quantidade de visualizações que pularam de 2700 views em dezembro do ano passado para quase 28.000. Muito obrigado! Vocês não sabem o quão prazeroso é bolar um tema para cada segunda, escrever resenhas, entreter vocês.
E como o ano praticamente acabou, hoje é dia de tapete vermelho por aqui. Os livros indicados foram lidos em 2016 e não necessariamente lançados em 2016.
Eu terminei de ler, nesse ano, "As Crônicas de Gelo e Fogo", ou seja, eu li "A Tormenta de Espadas", "O Festim dos Corvos" e "A Dança dos Dragões", embora a quantidade de livros lidos esse ano tenha sido pequena. Li cinco  livros de autores nacionais, dentre eles um clássico: "A Hora da Estrela", Clarice Lispector; "Azeitona", de Bruno Miranda; "Tá todo mundo mal", da Jout Jout; "Mundos de Dragões", Raphael Draccon; e "Bento", de André Vianco.
Li meu primeiro livro em inglês, "Cat among the Pigeons", de Agatha Christie. "Vocação para o Mal", de Robert Galbraith, também entrou para o hall de policiais. E "O Demonologista", de Andrew Pyper,  entrou para o hall dos thrillers, mas também entrou para o hall e "Quem é você, Alasca?".
Para completar os "clássicos" (que eu deveria ter lido cinco, mas o que eu vou falar vai ser o terceiro) eu li "Ninguém escreve ao Coronel", de Gabriel Garcia Marquez. E na contramão dos clássicos e eu li  "A espada do verão", do industrial Rick Riordan.
Vamos ao tapete vermelho:

Melhor Capa:

Foram indicados clique em cada nome para ver a capa "O Demonologista", "A Espada do Verão" e "Vocação para o Mal". E foi difícil escolher entre os da minha estante a melhor. And the Oscar goes to... "Vocação para o Mal". as capas de As Crônicas de Gelo e Fogo não foram indicadas porque eu li os livros na versão pocket, então é aquela arte minimalista.
Eu amo como Nico Taylor expressa um ar sombrio em sua paleta de cores própria do autor do livro, Robert Galbraith.

Melhor Personagem Coadjuvante Feminino:

Depois do que elas passaram elas merecem estar aqui: Daenerys Targaryen, de "A Tormenta de Espadas"; Samirah Al Abbas, de "A Espada do Verão", e a esposa do Coronel, de "Ninguém escreve ao Coronel". Pelo auge que esse personagem alcançou, o prêmio é dela, a Mãe dos Dragões, a khaleesi do Grande Mar de Grama, a Quebradora de Correntes, a Rianha dos Ândalos e dos Roinares, a Primera de seu nome, Daenerys Targaryen. P.S.: ela foi indicada pelo livro em questão, não pela saga.

Melhor Personagem Coadjuvante Masculino:

Esse vai para os que divertiram em 2016: Tyrion Lannister, de "A Tormenta de Espadas", Blitzen, de "A espada do Verão", e Jacques, a espada, também de "A espada do verão".
Pela evolução do personagem na narrativa o melhor entre eles é o Tyrion Lannister. George R. R. Martin conduz a história do Tyrion com um primor lindo, com irreverência, drama, melancolia.

Melhor Personagem Feminino:

Nenhuma delas é protagonista ou protagonista sozinha de suas histórias, mas elas são Catelyn Stark, de "A Tormenta de Espadas", Robin Ellacott, de "Vocação para o Mal", e Amber, de "Mundos de Dragões".
Esse é um trio excepcional, mas uma personagem ascendeu num grau, que não teria como não ganhar: Robin Ellacott. O que Robert Galbraith fez nesse livro com ela é destruidor. Mas o que Raphael Draccon e George Martin fizeram com suas respectivas personagens também arrepia hein Casamento Vermelho.

Melhor Personagem Masculino:

Os três indicados foram indicados pela boa surpresa que eles trouxeram. Eles são Magnus Chase, de "A espada dos verão", Cormoran Strike, de "Vocação para o Mal", e Romain Perin, de "Mundos de Dragões".
Magnus foi uma ótima surpresa para aqueles que esperavam mais do mesmo. Cormoran esteve com toda sua sagacidade, mas perimitiu o brilho de Robin. Por isso o prêmio é de Romain. Poucos personagens me tocaram tão fundo quanto o francês. E toda sua prepotência merece isso.

Melhor Universo:

Eu amo Planetos, de "As Crônicas de Gelo e Fogo", e fui pego de surpresa por Valhala, de "A Espada do Verão", e pelo Brasil futurista, de "Bento".
Como Planetos é um universo em eterna expansão e riquíssimo, o prêmio talvez não seja dele agora. O que André Vianco imaginou para esse 30 anos futuros foi incrível. É lindo, é tenebroso, é selvagem.

Melhor Livro:

A categoria mais difícil, sendo que nenhuma foi fácil. Os três dos 13 lidos foram "A espada do verão", "Vocação para o Mal" e "A Dança dos Dragões".
Embora eu possa me arrepender e vou, até porque eu ainda não sei, eu vou escolher "A Dança dos Dragões", de George R. R. Martin. O fã-clube de "A Tormenta de Espadas" vai me achincalhar, mas eu tenho argumentos.
A estrutura do 3º livro é desanimadora. Então em vez de eu ficar mais interessado eu fui ficando murcho, apesar do final. Já o 5º livro caminha conforme o esperado e vai evoluindo até o final de cada personagem nos surpreender. Por isso, "A Dança dos Dragões" ganhou o prêmio desse ano.

Falta apenas quatro dias para o ano acabar. E já estou acabando meu ano atrasando postagem, mas Deus perdoa. Que 2017 comece lindo e leve, faça de 2017 o melhor ano de sua vida, porque eu quero muito fazer dele mais feliz pra você e pra mim. Muitos livros, muitos sonhos, muita imaginação. Que 2017 seja legendário.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Supermax - O Veredicto Final

I've got no future
I know my days are few
The present's not so pleasant 
Just a lot of things to do
If you thought the past last me
But the darkness got that too

Darkness, Leonard Cohen
Uma das músicas mais sombrias que já ouvi para uma das séries mais sombrias que já assisti.
Supermax é escrita através de uma ascensão criativa. A história, que, no começo, é aparentemente morna, explode no sexto episódio, em que eles tem que decidir pela morte ou não de um personagem.
Para quem não acompanhou a série, Supermax conta a história de 12 participantes de um reality show de confinamento em uma cadeia que logo depois é cancelado sem motivos os deixando lá dentro de Supermax.
Além do confinamento, uma estranha doença parece acometer os participantes e os personagens vão estar desesperados para alcançar a saída dessa prisão de segurança máxima.
Não tenho crítica quanto à originalidade. Todos os personagens adquiriram certa profundidade, embora alguns não tenham se aprofundado tanto, por exemplo o Dr. Timóteo e o Capitão Sérgio. Só que o Sérgio é um personagem que não precisava de tanta transformação, já o Timóteo tem um passado ruim e que fica por isso e o personagem não exige nem melhora nem decadência.
As explicações ficam destinadas à segunda metade da série e isso pode ser encarado como defeito. Quem maratonou pela Globo Play conseguiu se integrar mais facilmente ao enredo do que quem acompanhou toda terça 23:00.
Os roteiristas preferiram focar a primeira parte de Supermax nas revelações dos personagens. A série foi marcada pelas atuações de Vânia de Brito, pela Cecília, Mariana Ximenez, pela Bruna, Cléo Pires, pela Sabrina, Bruno Belarmino, por Luisão, e Maria Clara Spinelli, por Janette. Nicolas Trevijano interpretou o melhor personagem dessa série, na minha opinião, o padre Nando. O padre tem uma curva dramática incrível cheia de dúvidas e questões.

Achei desvantajoso colocar toda carga de ação nos últimos episódios, inclusive o último episódio. Mas foi um episódio maravilhoso. A série fecha com chave de ouro após um episódio explicativo à la Penny Dreadful. 
Por mais séries iguais ou melhores que Supermax, que tocam em assuntos complicados, tabus, uns com mais ambição, outros com menos, na TV aberta.
Semana que vem é a última semana de 2016 sim 2016 tá acabando e você acha que não fez nada né e agora eu vou preparar o meu Meus Melhores 2016:

Melhor Capa:

O Demonologista;
A Espada do Verão;
Vocação para o Mal

Melhor Personagem Feminina Coadjuvante:

Daenerys Targaryen, A Tormenta de Espadas;
Samirah Al Abbas, A Espada do Verão;
A esposa do Coronel, Ninguém escreve ao Coronel;

Melhor Personagem Masculino Coadjuvante:

Tyrion Lannister, A Tormenta de Espadas;
Blitzen, A Espada do Verão;
Jacques, A Espada do Verão

Melhor Personagem Feminina:

Catelyn Stark, A Tormenta de Espadas;
Robin Elacott, Vocação para o Mal;
Amber, Mundos de Dragões

Melhor Personagem Masculino:

Magnus Chase, A Espada do Verão;
Cormoran Strike, Vocação para o Mali;
Romain Perin, Mundos de Dragões

Melhor Universo:

Planetos (Westeros+Essos), As Crônicas de Gelo e Fogo;
Valhala, A Espada do Verão;
Brasil, Bento

Melhor Livro:

A Espada do Verão;
Vocação para o Mal;
Dança dos Dragões

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

À beira do penhasco

- Meu deus - exclamou Brüder, incrédulo - É dentro que vamos fazer nossa busca? - final do Capítulo 85 de Inferno, Dan Brown

Nós devoramos Dan Brown por quê? E queremos a volta do hiato de How to Get Away with Murder? Ou assistir a sequência de Star Wars - O Despertar da Força? Esses três desejos tem a ver com um único motivo: cliffhanger.
O cliffhanger pode ser também conhecido como gancho e é uma técnica que a gente ama odiar em um roteiro. Já que sua função é seduzir o espectador ou leitor, a técnica consiste em jogar uma bomba no final do episódio para nós sabermos as consequências no início do próximo.
O artifício quando usado em livros faz você não largá-lo, vide os livros de Dan Brown. Você lê o primeiro capítulo e já quer chegar no último  Aqui vai outro direto de Inferno:

[...]Uma dor lancinante subiu como um raio direto para sua cabeça. Ele sentiu os olhos revirarem e foi engolido pela escuridão. - pág. 29

Assim como Dan Brown só que em proporções bem frias, George R. R. Martin usa os cliffhangers de maneira muito cruel. O velho assassino usa o final de um capítulo como gancho, só que, devido à estrutura narrativa, o capítulo do personagem à beira do penhasco é daqui a 10 capítulos, ou você procura o próximo capítulo nas redondezas.
Rei dos Cliffhangers  nas séries é Peter Nowalk, autor de How to Get Away with Murder. Pete tem o prazer de concluir cada episódio com uma revelação que o deixa ávido a ver o próximo episódio para ver qual a próxima peça do quebra-cabeça engenhoso. Spoiler da primeira temporada A primeira temporada acaba com a personagem Rebecca sendo encontrada morta, mas só no primeiro episódio da segunda temporada que o espectador descobre quem, onde e como, à la Detetive.
Um cliffhanger positivo, depois de tantos exemplos cabreiros, é o final de De volta para o Futuro. Para quem lembra, o filme acaba com o Dr. Brown colocando Martin e a namorada em um DeLorean voador e indo para 2015 esse filme não faz mais sentido. Nós acabamos de boca aberta. Quem viu na época, demorou 4 anos para para saber o que acontece. Quem viu em casa, maratonou eu e meu pai.
Mas não confundam cliffhanger, gancho, com reviravolta, plottwist. Geralmente um cliffhanger impulsiona uma reviravolta, ou o cliffhanger  é a própria reviravolta, como em HTGAWM. Mas o plottwist pode acontecer no meio do enredo, como o Casamento Vermelho ou a icônica cena Eu sou seu pai entre Darth Vader e Luke Skywalker.
No Brasil, temos as novelas como exemplo nítido. Todos os capítulos acabam com alguém dizendo que vai fazer alguma coisa, ou com um tiro, ou com o clássico momento em que a mocinha encara a vilã como vilã pela primeira vez. E no mundo literário Renan Carvalho se valeu disso ao escrever Supernova - O Encantador de Flechas.

[...] Uns trinta metros à minha esquerda, vejo Judra, presa pelos cabelos no punho  de um silenciador. Com a outra mão, ele pressiona a espada contra seu pescoço. - pág 156

E aí? Judra morreu ou não?
E eu? Vou postar uma resenha semana que vem? Hein? Só semana que vem para descobrir! Até!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Para ficarmos felizinhos

Como diria a pensadora Julia Tolezano, Morte é f***.
Eu realmente passei a semana pensando se eu escreveria um post triste para mostrar o meu luto com o acidente na Colômbia com a delegação da Chapecoense. Mas eu não conseguia pensar no que escrever. Sabe quando faltam as palavras ou todas elas parecem vazias demais para o contexto, ou genéricas demais, ou apelativas demais? Então, eu estava me sentindo assim.
Por causa desse óbvio embaraço, eu resolvi, em vez de falar sobre o acidente ou sobre a morte ou sobre essa sensação de inutilidade estranha que estamos sentindo, falar sobre livros que confortam os nossos coraçõezinhos e nos deixam mais alegrinhos, que nos fazem sorrir no transporte público, ou até gargalhar. Lá vem uma lista de livro para esquentar o coração.

1- O Ladrão de Raios, Rick Riordan


Percy Jackson e Os Olimpianos: O Ladrão de Raios conta a história do pré-adolescente Perseu "Percy" Jackson que, quando se vê atacado pela própria professora de Iniciação de Álgebra, descobre que a mitologia grega é real e que seu pai é um deus grego.
Além de Percy Jackson ser um personagem que sofre perdas e se sinta sozinho em alguns momentos, ele encontra dentro de si alguma razão para ser irônico, fazer piadas, ser engraçado. E Rick Riordan consegue fazer isso bem na maioria das vezes.

2- Azeitona, Bruno Miranda

Azeitona tem o seu enredo pautado na mentira dos jovens Ian e Emília. Após a confusão da produtora do programa Jovens Pais sobre Ian, o adolescente arregala os olhos ambiciosos para conseguir o cachê do programa, só que tem um problema, ele precisa de uma namorada falsa para fingir que está grávida.
Quem conhece o menino Bruno do YouTube sabe o quão cômico ele é. Embora nesse livro ele demonstre seu lado dramático, o lado cômico dele não pode ser negado e em alguns momentos você sente aquela vontade de rir. E é um livro bem leve e gostoso de ler.


3- Tá todo mundo mal, Jout Jout

Jout Jout é uma figura icônica no YouTube e o livro é tão icônico quando a youtuber. Ela vai contar com toda a sua desenvoltura as crises que assolam a vida dela e de muitos de nós. O jeito que ela conta, faz a gente rir às vezes no transporte público e são tão despretensiosos os relatos, embora o tema seja crise.
Ela vai falar sobre crises sérias, como o medo de sair à noite, e crises levinhas, como a vida amorosa na puberdade, do jeito bem humorado, mas sem desmerecer o conteúdo para o pastelão ou para o denso.

4- A Espada do Verão, Rick Riordan

Magnus Chase e os Deuses de Asgard: A espada do verão é o primeiro da trilogia que conta a história de Magnus Chase. Diferente dos outros livros do Tio Rick, este aqui vai exatamente falar do que aconteceu com Magnus após a sua morte e agora sua vida einherjir. Será que é possível salvar o mundo do Ragnarok mesmo morto?
Rick Riordan volta a sua excelência com este livro. Cheio de referência, acidez, piadas sem perder em nenhum momento o fio da meada. Sempre impecável. E não é um livro que só trata da morte de uma pessoa, trata de descobertas, de motivações, de sonhos. Eu não me lembrava de me divertir tanto com um personagem como com Magnus Chase.


5 - O Sobrinho do Mago, C. S. Lewis

As Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago é o primeiro livro da ordem cronológica dos sete de C. S. Lewis e vai narrar a construção de Nárnia. O Sobrinho do Mago trata de como Digory e Polly foram parar num universo "paralelo" e acompanharam de perto a construção da gloriosa Nárnia pelas patas do leão Aslam. 
O Sobrinho do Mago é o tipo de livro que você lê sorrindo do início ao fim. Aslam é um personagem extraordinário. Ele trás leveza e ferocidade ao mesmo tempo, a beleza e a engenhosidade. É algo lindo de se ler a criação de Nárnia, é brilhante.

6- O Hobbit, J. R. R. Tolkien

O Hobbit é uma obra-prima. Ponto. Bilbo Bolseiro é um hobbit (uma raça menor que os anões) e sem nem pensar em um dia poder se envolver em uma aventura é convocado pelo mago Gandalf a participar da jornada do anão Thorin Escudo de Carvalho e mais 12 anões. A jornada consistia em alcançar a lendária Montanha Cinzenta onde anos atrás os antepassados de Thorin reinavam, mas foi dominado pelo dragão Smaug.
Outro livro que não esconde o potencial infantil, mas sempre lança uma luz sobre nossa capacidade de sermos fortes quando nem nós acreditamos na nossa força e sermos insignificantes mesmo depois de grandes feitos. Ele confia na nossa capacidade de realização própria e nas nossas motivações e é sim um outro livro engenhoso, bonito e leve de para ser lido.

7- As Aventuras de Pi, Yann Martel

As Aventuras de Pi  parte da tragédia que acontece com a família de Piscine Molitor Patel, ou Pi. Donos de um zoológico, a família de Pi, devido a crise do governo da Indira Ghandi, resolve se mudar da Índia para o Canadá. No meio da Oceano Pacífico, ocorre o naufrágio do navio e Pi sobrevive ao lado de uma hiena, uma orangotango, uma zebra e o temível tigre de bengala Richard Parker.
Apesar de tratar de uma tragédia, como a dessa semana, em que só o Pi sobreviveu, o livro vai tratar da conexão do protagonista com a fé e com a esperança. Esse é sim um livro de sobrevivência, mas também vai tratar de outros assuntos que vão acalentar nossos corações como o proposto, mesmo que te dê vontade de chorar.

Espero que as indicações surtam algum efeito em vocês, essa é a intenção. Tratar do entretenimento e garantir que as pessoas se sintam um pouco melhores a cada dia, mesmo que nós apreciemos livros mais densos ou pesados. Afinal, a dor também vai embora com lágrimas, né?
Até a próxima segunda!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"O Vampiro-Rei - Livro 1 - Bento"

[...]Tontura. Um barulho absurdo entrou pelos seus ouvidos. Buzinas, risadas altas, camelôs anunciando produtos pirateados, cobradores de lotações berrando itinerários... tudo isso vinha a seus ouvidos. Aquelas ruas, quando as olhou pela última vez estavam abarrotadas de gente no vaivém frenético do dia a dia, hoje pareciam um cenário de algum filme surrealista, uma coisa à John Carpenter. - Bento, André Vianco.


Esse é o quinto livro brasileiro que eu li esse ano e provavelmente o último de 2016. Bento é uma aventura fantástica pós-apocalíptica escrita pelo André Vianco, autor dos best-sellers Sétimo e Os Sete, e ele vai dar vida a um mundo em que o medo da noite impera, afinal a noite é dos vampiros.
O Vampiro-Rei - Livro 1 - Bento vai narrar com está o mundo 30 anos após a tenebrosa Noite Maldita, ou seja, quando os seres humanos dormiram e acordaram ou como vampiros ou como caças ou nem mesmo acordaram Os grandes centros urbanos viraram túmulos gigantes repletos de adormecidos e vampiros e, nas regiões interioranas, formaram-se fortificações em que humanos desesperados se reuniam. A única salvação encontrada foram os bentos, homens que acordaram com a incrível capacidade de matar vampiros por instinto.
No Hospital Geral de São Vítor, um adormecido acorda sem saber o nome, a profissão e tudo relacionada a sua antiga vida. De outro ponto do Brasil, de Nova Luz, saem Adriano e seu comboio para por o plano de acabar com os vampiros em ação. Por sorte, parece que a profecia feita pelo velho Bispo de que o trigésimo bento, o salvador, havia surgido e traria quatro milagres capazes de derrubar os malditos noturnos.
André Vianco criou uma história tentadora. A ideia de por um herói típico e uma profecia básica pode parecer simplória, mas a construção não é tão simples assim. O narrador em terceira pessoa sabe brincar com sua sensação de desconforto em relação ao enredo. Quando o leitor se mostra avesso a algum ponto, provavelmente um personagem sentirá a mesma coisa. Como por exemplo, o ritmo desenfreado do protagonista que cansa quem lê e quem acompanha a jornada.
Um ponto altíssimo desse estilo narrativo são os parágrafos grandes ou enormes fluxos de consciência. No começo, causas estranhamento parágrafos de uma página e meia, mas são completamente justificáveis, eles causam agonia, aflição, embora não medo. Em nenhum momento me ocorreu a sensação de terror e não imagino que seja esse o objetivo do André Vianco, me pareceu mais uma fantasia pós-apocalíptica mesmo.
A evolução do núcleo de vampiros é bem interessante. Tanto Cantarzo quanto Raquel e Anaquias me deram aquela vontade de torcer. Torci pelo Cantarzo desde a primeira cena. Eu torci para Raquel encontrar o Cantarzo. E torci pela independência do Anaquias. Obrigado por esses vilões, Vianco!
É magistral o quão brasileiro é Bento. Não existe um ponto em que se duvide daquele cenário. Eu fiquei tentando reproduzir sotaques e maneirismos. Sem falar no cenário criado que aparenta um abandono próximo a The Walking Dead somado à exuberância natural brasileira.
Uma coisa que incomodou um pouco foi a ausência de personagens femininas fixas e representativas. São todas coadjuvantes dos coadjuvantes, geralmente estão ali para morrer. Pelo menos morriam com bravura. Mas a miscigenação brasileira está bem representado. Têm índio, negro, orienta, ruivo, reforçando o enredo extremamente brasileiro apesar da temática vampírica.
Como o enredo é bem fechado, não sentindo tanta sede por Bruxa Tereza, mas, mesmo assim, estou interessado. Isso se deve porque a história foi primeiramente pensada para um livro só que a imaginação fluiu e vieram mais dois livros.
Espero que leiam e gostem de Bento tanto quanto ou mais que eu. A saga O Vampiro-Rei é um exemplo de livro brasileiro que vale a pena.
Até segunda!

domingo, 27 de novembro de 2016

Precisamos Falar Sobre Percy



Boa tarde pessoal, quanto tempo né?

          Primeiramente quero pedir desculpas pela falta de frequência em postar material aqui, a vida de professor/estudante não está fácil kkkkkkkkk agora sim vamos ao que interessa...


          Nesse fim de semana (quer dizer 31 de outubro) acabei de ler o primeiro livro da saga Percy Jackson e os Olimpianos (Percy Jackson e o ladrão de raios) e sinceramente me surpreendi de todas as formas.


          O livro conta a história do jovem Perseu Jackson que vivia com sua mãe e padrasto e nunca conheceu seu pai, porém após seu 12° aniversário coisas estranhas começam a acontecer e ele descobre quem realmente é seu pai e o que realmente ele é, um semideus. 


          Sempre tive um pré conceito besta da história baseada nos filmes e procrastinei na leitura (mesmo com amigos me falando que os livros eram bem mais completos do que a história contada nos filmes). Daí eu e um amigo marcamos de ler juntos a saga e debater ao longo dos capítulos lidos, eu achei que seria cansativo e desinteressante ler um livro infantojuvenil com os meus 25 anos, mas o Tio Rick (acho que posso o chamar de Tio Rick) com sua escrita maravilhosa e cativante me prendeu do início ao fim, a leitura fluiu fácil mesmo sabendo como seria o encaminhar da história. 


          Hoje posso dizer que o livro é muito, mais muuuuuito melhor que o filme (vai por mim, é bem melhor mesmo).


          Uma coisa bastante interessante no livro é a utilização das histórias dos deuses gregos e o que elas influenciaram nos personagens por serem filhos de determinado deus, e sim, da pra aprender bastante sobre a mitologia grega nos livros.


          Não vejo a hora de continuar a saga, aprender mais sobre mitologia e ver o desfecho dessa história. Pra você que nunca leu ou está enrolando (igual a uma certa pessoa aqui) pra ler os livros de Percy por qualquer que seja o motivo te digo uma coisa: Leia, pois você vai amar…


 
          E vocês, já leram os livros? Qual deles é o seu favorito? Comenta aqui em baixo (SEM SPOILER PELO AMOR DE ZEUS) e vamos conversar ^^

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"Doutor Estranho"

Esqueça tudo que você acha que sabe - Anciã

A Marvel gosta da fazer a gente ver uma coisa bonita na tela e com Doutor Estranho, roteirizado por C. Robert Cargil e Scott Derrickson (também diretor), não foi diferente.
Criado em 1963, Doutor Estranho chegou aos cinemas dia 4 de novembro interpretado por Benedict Cumberbatch sim, o Sherlock Holmes de Sherlock, da BBC.O filme vai contar a história do neurocirurgião ególatra Stephen Vincent Strange. Após um grvaa acidente de carro, a mão se torna incapaz de de fazer cirurgias e isso o leva ao fundo do poço. Tão fundo que o obriga a ir a Kathmandu atrás de uma espécie de monges que sabe e busca os mistérios do multiverso.
Temos dois ou três persongens bons e cativantes aqui. O Dr. Strange é ácido, egocêntrico e não se propõe a ser mais que isso, ele só precisava aprender a dosar isso ao longo da jornada do herói, que está bem clássica nesse filme. A Anciã é interpretada por Tilda Swinton, a Feiticeira Branca de As Crônicas de Nárnia. O tom misterioso  é o que instiga-nos a continuar assistindo as lições dadas ao Strange e é uma personagem com muitas camadas. E Mordo, interpretado por Chiwetel Ejiofor, é um dos monges influentes em Kamar-Taj que não entrega todo seu potencial nesse filme. Ele fica ali lançando umas esfinges sobre o passado, mas não conta nada exato sobre ele.
O vilão ou os vilões são pouco profundos. Kaecilius (Mads Milkkensen) é a típica ovelha-negra e Dormammu é o típico dominador do universo, mas o desenrolar da cena com o Strange fazem ambos crescerem na tela.
O filme, diferente de Capitão América: Guerra Civil, não parece encontrar o tom exato entre o sombrio e o satírico. A maioria das piadas não funcionam nem para criança, mas algumas fazem você rir realmente. Quem vê Sherlock entende um pouco do humor do Benedict.

Figurino e cenário estão muito bons e imersivos e os efeitos especiais estão hipnotizantes. Na primeira cena do filme eu estava babando pela arte que um espetáculo de movimentos e encaixes e desconstruções. O mérito dessa fotografia é de Ben Davis, de Stardust. Algo meio Matrix só que muito difícil de comparar. Foi lindo e o 3D só serviu para melhorar a experiência imersiva.
Embora o filme não encontre o tom perfeito, entretém e conquista com tudo que ele oferece e vai oferecer futuramente, porque agora até o logo da Marvel mudou.

Até segunda e desculpem-me pelas duas semanas sem postagem! Tenho que me retratar!