segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

3%

Você é o criador do seu próprio mérito. Vai dar tudo certo porque você merece. Essa é a sua hora. Nós estávamos esperando por você. - 3%

Ai, meu Brasil! Depois de assistir Stranger Things em um dia, assisti 3% em dois dias (2 no domingo e 6 na segunda-feira passados) e não tem como não amar.
Primeira série do Netflix inteiramente brasileira, 3% foi desenvolvida por Pedro Aguilera e dirigida por César Charlone, Daina Giannechini, Dani Libardi e Jotagá Crema. A distopia conta a história de um processo seletivo, o Processo, que é a única chance dos segregados alcançarem a elite.
Nesse Brasil futurista , o povo é dividido entre o Continente, onde está situada a maior parte da população, um lugar cheio de injustiça e mazelas, e o Maralto, onde esta a justiça e fartura. Mas para alcançar o Maralto os jovens de 20 anos do Continente têm que passar pelo Processo liderado por Ezequiel, interpretado por João Miguel.

Os espectadores vão acompanhar o cotidiano de alguns participantes, como a empenhada Michele (Bianca Comparato), o cadeirante Fernando (Michel Gomes), o interesseiro Rafael (Rodolfo Valente), a incisiva Joana (Vaneza Oliveira) e arrogante Marco (Rafael Lozano). Além disso, analisar cada etapa da seleção, através dos bastidores, que exigirá deles o melhor e o pior que eles tem a oferecer para conseguirem estar entre os 3% aprovados.
3% me deixou sem ar em quase todos os episódios, Todas as provas do Processo são bem tensas e plásticas. Nós começamos a assistir e gostamos de certos personagens e o coração já fica na mão. O elenco de apoio ajuda a construir os personagens em situações inusitadas.
O destaque dessa série é Vaneza Oliveira. A Joana tem a acidez, a sagacidade, a frieza e, às vezes, o frescor que uma personagem pode ter a capacidade de exprimir. Ela tem um arco brilhante. Eu ficava assistindo procurando a Joana e esperando o momento de ela chegar e brilhar. As cenas de Ezequiel e Joana são maravilhosas.
Não senti nenhuma atuação ruim. Acho houve maus momentos. João Miguel vendia uma frieza às vezes robótica demais e, em alguns momentos, Bianca Comparato exibia uma expressão conflituosa para a confiante entregue nos primeiros episódios, mas durante o Processo também arrasa deixando todos tensos com seus propósitos. O Rafael mistura a sedução e a determinação num combo que nos faz torcer e odiar. E a construção das cenas finais é um primor para quem está ligado nos aspectos técnicos e artísticos. 
A paleta de cores ajuda a contribuir com a ambientação de Maralto e Continente. As cores quentes do Continente dão aquela sensação de inquietude e fervor. Os tons pastéis do Maralto contribuem com a frieza e a uniformidade.

Juntando tudo, 3% é uma série que faz você buscar as soluções para as questões proposta pelo Processo ao mesmo tempo que você acha injustos os métodos. Sendo assim, a idealização de um mundo perfeito pode ser inviável.
Menção honrosa para Elza Soares com essa música maravilhosa como tema da Joana, Mulher do Fim do Mundo  já está na minha playlist; para Mel Fronckowiak, que interpretou a Julia , esposa do Ezequiel; e Viviane Porto, que interpreta a pedra no sapato do Chefe do Processo.
Fico por aqui. Quem ainda não assistiu, corre. Quem já assistiu, defina seu nível de piripaque assistindo 3%.
Até a próxima.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sherlock

O argumento que quero provar é que sou o mais desagradável, o mais rude, ignorante e o maior imbecil que alguém pode ter o desprazer de conhecer. Desconheço virtudes, ignoro o belo, e não compreendo a felicidade. - Sherlock, 3ª temporada, 2º episódio.

Em 2010, lançou na BBC a série que iria sugar meu verão em um futuro não tão próximo (2015, eu acho), estou falando de Sherlock.
Com quatro temporadas (o último episódio foi ao ar dia 15/01) com chances de haver uma quinta a série britânica foi produzida pela BBC e criada por Steven Moffat e Mark Gatiss, baseada nas obras de Sir Arthur Conan Doyle sobre Sherlock Holmes. Couberam aos atores Benedict Cumbercatch e Martin Freeman os papéis dos protagonistas Sherlock e Dr. Watson.
Através de uma roupagem moderna, Sherlock reconta os mais memoráveis casos do detetive vitoriano na companhia do médico militar John Watson, que foi traumatizado pela Guerra do Afeganistão.
O ponto alto da série é com certeza a relação estabelecida entre o detetive e o médico, apesar da frieza do primeiro. A amizade confere excentricidade e comicidade à série levando leveza aos episódios de uma hora e meia rodeados por crimes e jogos.
Nessa balança entra o principal vilão da história, Jim Moriarty. Interpretado por Andrew Scott, o professor e rei do crime coloca uma pitada de maldade nos casos do icônico detetive. Todos os momentos que ele aparece são memoráveis. É lindo ver o duelo mental entre Holmes e Moriarty na série.
Além dos embates entre os arqui-inimigos, existem também os momentos em que Sherlock recorre a Mycroft, o irmão com inteligência igual ou superior, interpretado pelo próprio Mark Gatiss.
Os crimes nunca são tão simples. Cada crime, puzzle ou jogo requer nossa atenção para pegar as dicas e no final ser surpreendido pela perspicácia do detetive. A série consegue incrivelmente nos prender mesmo cada episódio tendo 90 minutos.
A última temporada foi tensa e maravilhosa, mesmo o primeiro episódio tendo anunciado que seria uma loucura. Parece que nos dois episódios restantes eles se encontraram e acharam o tom necessário para acabar a temporada com vontade de gritar.
Além de Cumberbatch, Freeman e Gatiss, a quarta temporada contou com as atuações incríveis de Andrew Scott, Amanda Abbington (como Mary) e Sian Brooke. Andrew e Sian deixaram essa temporada muito mais divinal. O último caso chega a arrepiar.
Se eu falar mais alguma coisa, será spoiler, então fico por aqui. Corram para assistir esses 13 incríveis episódios!
Espero que assistam tudo e se apaixonem. Até outra paixão na segunda-feira!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Tag: 10 Perguntas Literárias

Hoje é dia de tag! Vamos falar de uns livrinhos de uns personagens, de universos.  Vamos responder perguntas que todos se fazem? Sigam-me os bons!

Eu encontrei essa tag no blog Viciadas em Livros e foi respondida pela Rakel, mas a criadora é a Ana Vitorino do Como Respira?.

1 - Qual a capa mais bonita da sua estante?

Nenhuma capa supera a capa "nova"  de Caçadores de Bruxas, o primeiro livro da série Dragões de Éter, a série de estreia de um dos meus autores favoritos, Raphael Draccon.

2 - Se eu pudesse trazer 1 personagem para a realidade, qual seria?

O Dan ou a Amy, de The 39 Clues, que é uma série de autores variados regidos por Rick Riordan. Eles são inteligentes, corajosos e multimilionários, reis da família Cahill.

3 - Um livro que não lerás de novo? Por quê?

O Demonologista para mudar o texto. Foi difícil engolir esse livro. Tem gente que ama mas menino Andrew Pyper floppou nesse livro.

4 - Que autor você entrevistaria?

JK Rowling, óbvio! Mas estamos aí, Raphael Draccon! Tá bem? Então tá bem!

5 - Um casal?

Só me vem os perfeitos Percy Jackson e Annabeth Chase.

6 - Uma história confusa?

Vamos de A Batalha do Apocalipse, do Eduardo Spohr. Não é tão confuso, mas tem várias idas e vindas no tempo, mas todos nós amamos esse livro, não é?

7 - Dois vilões?

Big Jim Rennie, claro! Big Jim é o pesadelo de Sob a Redoma, de Stephen King. E nesse time entra o Presidente Coriolanus Snow, porque pior que ele só a Coin. O mais interessante do Snow é que ele não esconde em nenhum momento que é um filho da mãe.

8 - Uma personagem que mataria ou tiraria do livro?

Aquela escandinava de Quem é Você, Alasca?. Mais desnecessário que o livro, só ela mesmo.

9 - Se eu pudesse viver num livro, qual seria?

Percy Jackson e os Olimpianos, no Acampamento Meio-Sangue. Que lugar perfeito! Também moraria no Jardim de Cima, em Westeros, nada acontece lá!

10 - Quais são os maior e menor livros de sua estante?

O maior é Sob a Redoma, de Stephen King. O Rei escreveu 960 páginas cheias de emoção, conflitos, sangue e aflição.
Já o menos é Ninguém escreve ao Coronel, de Gabriel García Márquez, com apenas 94 páginas.

Como reciprocidade impera, quero todos comentando a sua listinha e se já leu alguns dos livros citados.
Até segunda!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Primeira Dose de HP - A Estranheza do Novo

Havia cento e quarenta e duas escadas em Hogwarts largas e imponentes; estruturas e precárias; umas que levavam a um lugar diferente às sextas-feiras, outras com um degrau no meio que desaparecia e a pessoa tinha que lembrar de saltar por cima [...] As pessoas nos retratos saíam para se visitar e Harry tinha certeza de que os brasões andavam. - Harry Potter e a Pedra Filosofal, pág. 99, JK Rowling.


Depois de ter crescido como a geração Percy Jackson, eu resolvi ler Harry Potter, de JK Rowling.  Eu já li todos os livros dessa milionária, mas nenhum desse universo, que é do ano em que este que vos escreve nasceu, 1997.
Como quase todos vocês já leram Harry Potter e a Pedra Filosofal, no mínimo, eu decidi falar sobre as impressões que eu tive, uma sensação, um tema, e não uma resenha. E o tema de hoje é a felicidade e estranheza do que é novo.

Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, o leitor a todo momento vai se deparar com algo improvável e novo. É engraçado acompanhar Harry descobrindo esse novo mundo quando eu estou prestes a entrar numa faculdade daqui a uma semana.
O novo sempre vai instigar porque sempre terá algo a mostrar, ensinar. Harry tem um monte de choques quando o Hagrid o guia pelo mundo mágico no Beco Diagonal e depois quando é guiado por Hogwarts.
O trecho ali de cima pode ser descrição de qualquer escola para uma criança. A criança não sabe quem está ao seu redor na escola, onde fica biblioteca, parece que toda porta te leva a um lugar completamente diferente. CEFET é Hogwarts, acabei de perceber
O choque com o que era conhecido e o que se vai conhecer é um convite para quem está disposto a pisar nesse mundo. Deve ser por isso que tantas crianças embarcaram nesse mundo de corpo, alma e coração. Muitas coisas na vida real já pode ser incrível Hogwarts e mais surpreendente. Às vezes eu me senti voltando a ser criança.
 Por isso eu acho que todos deviam (re)ler Harry Potter e a Pedra Filosofal, para se sentir reconectado com a infância, para sentir que o novo sempre está para chegar. Não precisa de coruja, nem de um sátiro, como em Percy Jackson e os Olimpianos, para entrar em contato com um mundo novo todo dia. Pode ser estranho o que você vai encontrar, mas até estranho pode ser bom.

Muita gente não aceita o mundo novo, mas não esteja incluído nesse grupo.
Alguém ensina a jogar quadribol?