segunda-feira, 31 de julho de 2017

Sob Pressão

Oh, Deus!
Dai-me força e coragem
Juro que não é miragem
O que existe em mim
A cada dia que passa
A tristeza me abraça
Está chegando o meu fim - Seu Antenor, Sob Pressão

Hoje é o dia de falar sobre o tiro que foi o primeiro episódio da nova série da Rede Globo, Sob Pressão. O esquema vai ser o mesmo que fiz com Supermax, falar do primeiro episódio e depois falar da série inteira, até porque eu não posso recomendar uma série que já acabou.
A série médica Sob Pressão é uma co-produção Globo e Conspiração Filmes que retrata a realidade de um hospital público carioca, porém pode representar facilmente o estado caótico dos hospitais brasileiros. A história é protagonizada por Dr. Evandro (Julio Andrade), cirurgião-chefe, e por Dra. Carolina (Marjorie Estiano), cirurgiã vascular.
A história conta com casos diários, mas também trazem a bagagem de cada personagem. Nesse primeiro episódio, os casos são um atropelamento de um grávida, o entalamento de uma criança e o câncer de laringe do seu Antenor. Os casos são mais profundos do que parece ser e mostram tanto a realidade da saúde como mostram a realidade da periferia brasileira e toda a nossa miséria.
Em cena, Julio Andrade traz uma densidade à trama junto com seu ceticismo, gana e sofrimento que faz você notar que não está assistindo uma série médica qualquer. Já Marjorie Estiano nos presenteia com leveza, com luz, mesmo sendo uma personagem que vive aquela realidade extremamente difícil e tumultuada. A dra. Carolina é aquela pessoa que vai reconfortar seu coração mesmo estando com o destino do mundo nas suas costas.
O elenco também conta com Stepan Necerssian, como o diretor do hospital; Bruno Garcia, como clínico-geral; Tatsu Carvalho, como neurocirurgião; Orã Figueiredo, como anestesista e alívio cômico; Pablo Sanábio, como residente; Heloísa Jorge, como enfermeira, e Talita Castro, como técnica de enfermagem. A equipe funciona para começo de série e é impactante ver como funciona.

A fotografia de Sob Pressão é, no mínimo, opressora. É escura, acinzentada. Dá para sentir que o clima ali não é confortável. As cenas geralmente contam com corredores lotados de maca, pacientes pedindo ajuda, as imagens de santos e anjos contribuem para um ambiente meio gótico.
Sob Pressão já começa como uma série tensa, claustrofóbica, mas você não quer largar porque você tem que saber se a grávida vai sobreviver, se o bebê vai sobreviver... Você já sofre por seus heróis por causa de todas as situações extremas pela qual eles passam.
A série é e será dirigida por Andrucha Waddington e Mini Kerti. Andrucha esteve na direção do filme homônimo de outubro de 2016. A criação foi de Luiz Noronha, Claudio Torres e Renato Fagundes. O roteiro é assinado por Jorge Furtado, mas também está na equipe Lucas Paraizo, Antonio Prata e Marcio Alemão.
Vamos aguardar o que vem por aí. Assistam Sob Pressão às 22:30 de terça na Globo depois da novela. Sei que é o dia do MasterChef, mas faz um esforço, por favor.
Até semana que vem!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

7 Doses de Veneno

As coisas que faço por amor - LANNISTER, Jaime

Hoje é dia de falar dos nossos seres mais odiáveis e que nós mais amamos. Sem eles a história não teria charme, tensão, não teria acidez. Sem eles a história não existiria, na verdade, porque eles criam os obstáculos e atazanam os mocinhos. Eles são os vilões!
Nesse post eu falarei sobre os melhores vilões literários. E lista será um podium, por isso vai começar do 7 e decrescer.

7. Irina Spasky, The 39 Clues

The 39 Clues possui uma gama de vilões bem variadas, mas Irina era uma Lucian ex-espiã da KGB com uma melancolia reprimida. É a primeira vilão que trajava unhas com injeções venenosas que faria um arco de redenção que me fez ficar triste com seu fim.
A russa era a única vilã que debatia com os Kabra sem problemas. Tão afrontosa que salvou a vida os mocinhos Amy e Dan e pediu para acabarem com a psicopata da Isabel.


6. Shirley Mollison, Morte Súbita

Morte Súbita é uma ficção muito real. Então os vilões são muito reais. O sr. Howard é extremamente crível, mas era o vilão do tipo asqueroso, mas Shirley é a do tipo "faço tudo pela minha família".

Pior sogra, hipócrita, superprotetora, braço-direito do marido, ambiciosa e traída.Shirley é intragável defensora da moral e dos bons costumes e egocêntrica. Acha que é rainha do mundo, mas é muito bom ver no fim que ela tem um lado frágil e descobre que ela não consegue ser dona dos destinos ao seu redor.

5. Tywin Lannister, As Crônicas de Gelo e Fogo

A gente sabe que Tywin Lannister é aquele monstro mais odiável da história e que abriu um leque para outros vilões como o amedrontador Roose Bolton e o seu bastardo Ramsay.
Tywin é um gênio da estratégia, sempre tentando proteger o nome Lannister e o patrimônio Lannister. George Martin sabe descrever muito bem o pai dos gêmeos com uma glória e uma onipotência. Os olhos verdes com pontos dourados a postura, o jeito de tratar os filhos Cersei, Jaime e Tyrion. Tá no sangue Lannister a monstruosidade.

4. Voldemort (Tom Riddle), Harry Potter

JK Rowling notoriamente sabe construir personagens e eu já fiz post só sobre os vilões de Harry Potter. Mas para esse post eu precisava relembrar Voldemort.
A semelhança do vilão com o herói é que provoca o nosso medo. A construção da ideia das Horcruxes é apavorante. A criação de Tom Riddle é um exemplo de como criar um personagem. Além da figura monstruosa do perverso Lorde das Trevas.

3. Big Jim Rennie, Sob a Redoma

Vamos falar sobre um dos meus vilões e personagens favoritos da face da Terra? Big Jim Rennie, pode entrar.
Sob a Redoma foi o meu livro favorito durante muito tempo e um dos motivos é o terceiro vereador Big Jim. Na realidade limite de Chester's Mill, Big Jim encontra um meio de se tornar um ditador perfeito. Dentro de toda sua carapaça de protetor dos vizinhos, se esconde a erva daninha que destruiu família, amigos e aliados.

2. Dolores Umbridge, Harry Potter

Não, ela não pode ficar fora dessa lista. E, sim, ela tem que ganhar a medalha de prata: a doce torturadora de adolescentes Umbridge.
O critério para colocá-la aqui foi: ela é uma monstra pior que Voldemort e em formato de cupcake humano. A forma fofa que ela carrega não esconde a crueldade dela porque ela não faz questão de esconder suas opiniões sobre tudo.
Em nenhum momento existe compaixão por ela, pela história dela, ela é apenas uma preconceituosa. O pior da personagem é que ela é extremamente crível. Dolores Umbridge existe. Enquanto Voldemort existiu, ela existe. Ela está por aí no seu almoço de domingo, ela está no seu Facebook, ela está no seu trabalho.


1. Presidente Snow, Jogos Vorazes

Quando eu decidi fazer um post sobre meus vilões favoritos só veio Corionalus Snow na cabeça até montar a estrutura. Por que o presidente de Panem? O ditador inabalável também não é desses que escondem seus objetivos e faz tudo tão às claras que ele tem um pacto de sinceridade com a heroína Katniss Everdeen.

Mesmo que a história seja passado em primeira pessoa, a gente consegue ver todo panorama psicológico do vilão. A escalada da sua posse foi maravilhosamente narrada por Finnick Odair. Tirando o fato que ele exalava cheiro de rosas e sangue que tanto apavorou a nossa arqueira favorita.
Vamos lembrar que ele também amava a netinha. A sinceridade é tudo na relação Snow-Catnip. Enquanto Harry e Voldemort eram ligados pela semelhança, Katniss e Snow tinham uma ligação tóxica de medo e cumplicidade. E que vilão que você conhece morreu rindo?

A ideia é em breve é falar do vilão queridinho do povo, Darth Vader. Então fiquem esperando que vai sair.
Qual a sua lista de vilões? Conta aqui embaixo, por favor!
Até segunda, meus leitores favoritos!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Homem-Aranha: De volta ao Lar

Se você não é nada sem esse uniforme, você não merece esse uniforme. - Tony Stark, Homem-Aranha: De volta ao lar.


Depois de seis filmes chegou a vez de Tom Holland vestir o uniforme azul e vermelho do cabeça de teia e mais um jeito bem diferente de interpretar o novo Homem-Aranha que está de volta, enfim, ao Universo Marvel.
O novo filme do Peter Parker conta com a direção de Jon Watts e traz de volta o contexto pós-Guerra-Civil e obviamente a Guerra de Sokovia e todas as consequências destes eventos eventos para os civis.

Após a Guerra Civil, Peter Parker tenta buscar formas de salvar o Queens e entrar para a equipe dos Vingadores, enquanto passa pelo Ensino Médio ao lado do seu amigo Ned (Jacob Batalon). A vida de monotonia acaba e a chance de mostrar seu valor chega quando a quadrilha do vilão Abutre (Michael Keaton) cruza seu caminho.
Um acerto do novo Homem-Aranha é o próprio Tom Holland. Tom consegue ser igual ou melhor que Tobey Maguire. Se analisarmos o último filme da Era Tobey, o Tom realmente está sendo o melhor mesmo. Ele é crível como um adolescente cheio de problemas na escola, o platonismo, a inteligência e o humor característico do personagem. E como um bom adolescente está sempre tentando se provar como um adulto maduro e responsável, e já imaginamos o resultado.
Como essa história não é de origem, o personagem do Jacob Batalon, o nerd Ned, ajuda no processo responsável pela descoberta do poder que teria em um personagem recém-empoderado. E o Jacob e o Tom conseguem passar essa cumplicidade dessa amizade entre Ned e Peter.

Nesse filme também a Marvel fugiu de qualquer padrão de beleza ao retratar suas donzelas indefesas. Nem a Liz (Laura Harrier) e Michelle (Zendaya) fazem linha frágil. As duas são super-inteligentes e as duas tem formas diferentes de demonstrar isso e assumo que não é necessário shippar ninguém para elas brilharem. A forma como a Kendaya leva o filme é muito interessante para o futuro da possível série de Homem-Aranha.
Não consigo imaginar outro Abutre senão Michael Keaton, e eu não consigo imaginar outro vilão para reiniciar a trama de Homem-Aranha. O ator transmite frieza, crueldade, determinação. O visual do vilão é impactante e realmente amedrontador diante do visual colorido e brilhante do Homem-Aranha (o melhor uniforme até então).

Após assistir esse filme eu fiquei com uma sensação boa e uma ruim atreladas. Homem-Aranha: De volta ao Lar não chega perto de ser ruim, a Marvel está ilesa sem muitos filmes extremamente ruins no currículo, mas é um filme bem desnecessário. Um filme que não precisava existir, mas, já que existe, é bem-vindo. Não chega perto do drama da primeira série e, graças a Deus, fica longe do últimos filmes.

E você? O que achou dessa volta do Homem-Aranha à Marvel?
Até segunda!

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Romeu & Romeu

Duas casas, iguais em dignidade - na formosa Verona  vos dirão - reativaram antiga inimizade, manchando mãos fraternas sangue irmão. [...] Os lances desse amor fadado à morte e a obstinação dos pais sempre exaltados que teve fim naquela triste sorte nos próximos capítulos vereis representados - Romeu & Romeu, S01E01 (adaptação de Shakespeare)

Quando Karol Conká diz que "pra ser ser ouvido o grito tem que ser potente", ela estava profetizando a série Romeu & Romeu de Faell Vasconcellos e Arthur Chermont, dirigido por Jonathan Mendonça, e disponível no YouTube para gente ficar feliz.
Pelo título, já sabemos que a série é uma adaptação do clássico de Shakespeare Romeu e Julieta, de 1595, só que versão claramente brasileira e claramente gay passada em 2016. A briga entre Montecchio e Capuleto, aqui, em Verona do Sul cidade fictícia, é travada entre Monteiro e Campelo gerada por um assassinato no passado está sendo posta à prova quando a nova geração começa a estreitar laços, principalmente os laços entre Rômulo e Ramon.
Durante o baile de máscaras da sra. Campelo (Leidi Dias), Rômulo, filho da aniversariante, conhece por acidente o mascarado Ramon Monteiro, filho mais novo da família rival. Depois de tanto fazer o que os outros achavam que era o melhor para ele, ele se sente vazio com a recente separação e leitura do diário polêmico do avô. E, enquanto a mãe de Rômulo tenta empurrar o ex-namorado para cima dele, ele tenta superar os problemas causados pelo Parkinson precoce fazendo vídeos do YouTube.
Embora a ideia não pareça original, quando a história começa, você já tem um pequeno choque. Primeiro pela temática. O Parkinson já é um tema tenso se estivéssemos falando de um idoso, daí Arthur Chermont resolveu falar disso no roteiro e atuar como tal. Arthur com certeza é um dos melhores atores da websérie. Ele tem uma carapaça de forte e de rebelde, mas por trás de toda ironia tem uma ponta de tristeza e vontade de resistir.

O modo como romance é construído é bem estruturado. O Ramon (João Mesquita) é um cara que está tentando se entender e ele traz empatia. E é um personagem que cresce por causa da química com o Rômulo. As cenas que o personagem sofre são bem dolorosas.
Vamos falar de Suely (Barbara Cury), a empregada doméstica dos Campelo. Meu Deus! Ela é maravilhosa! Eu amava todas as cenas que ele aparecia. E, por mais que fosse cômica, havia uma profundidade naquilo tudo. O jeito que ela tratava os filhos da patroa é lindo. O modo como ela se porta em cena é simplesmente lindo.
Desculpa mundo, mas um personagem que foi difícil de me sentir convencido foi Benjamin (Luan Carvalho), mas eu achava a Mayara (Paolla Sayuri/Gabriela Castello) tão legal para ele. Só que eu sentia algo muito mais uma tensão entre ele e o Ramon. Mas eu realmente queria gostar do personagem porque as camisas dele eram destruidoras e não era um nerd esteriotipado, né?
Sobre a narração do original de Shakespeare: cada episódio era um pisão daquelas drags. Vou tentar falar o nome de todas: Alexia Twister, Amannda Collen, Fefe Houston, Mina de Lyon, Minerva VonCock e Thereza Brown nomes de dragsqueens são maravilhosos. O uso delas pode parecer estranho no início, mas eu passei a esperar em cada episódio as aparições delas, são ótimas atrizes.

São 10 episódios tão bem dirigidos! Jonathan Mendonça faz várias coisas pro Cannes e trabalhou voluntariamente aqui. A sutileza do movimento dos personagens, dos detalhes, nada parece exagerado ou impossível. Eu não esperava uma cena de ação e a que teve foi bem construída , um quiproquó organizado. E as cenas finais me deixaram tenso num grau.
A mensagem da história passa longe do expositivo. A gente consegue entender tudo o que está acontecendo sem ninguém soltar algo na nossa cara. Até a árvore genealógica deles fica expressa aos poucos. Você vai entendendo quem é primo, quem é tio, quem é só amigo.
Eu me viciei lindamente nessa série que está disponível no Canal ArtWeb. O canal tem várias webséries sobre temas sociais e feitos de forma independente  e só tem 20 mil inscritos. Então dá uma visualizada no canal e vê no que dá.
Conta aqui embaixo se você já viu Romeu & Romeu.
Até segunda-feira!

P.S.: Fui parar nessa série por causa do curta Lamúria de Nathan Cirino de 2012. Os atores são Jonatha Medeiros, Pablo Carvalho e Fabiano Raposo e a produção ganhou um monte de prêmios. Apenas vejam também, tem só 15 minutos. Vai lá e volta para comentar.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Tag: Opiniões Impopulares

Eu sei que a tag é antiga, mas a gente trabalha com revival, porque essa é linda. A tag consiste em apontar livros/personagens que odiamos e as pessoas amam e vice-versa. Vamos às perguntas.


1. Uma série/livro popular que não gosta

A gente pode falar de Quem é você, Alasca?. Eu ainda não entendi porque as pessoas amam esse livro. O único personagem verossímil naquela história é o Coronel. Tem uma resenha aqui eu acho, se não tiver, eu já falei mal dele em diversas tags.


2. Uma série/livro popular que todo mundo parece odiar, mas que você ama

Eu tenho a impressão que as pessoas não gostam de Raphael Draccon, mas dele eu escolhi Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas que eu vi um hate absurdo e eu am tanto esse livro. O livro é lindo, tem um narrador encantador e tem personagens muito bem construídos a partir dos contos de fadas. Não odeiem, por favor!


3. Um triângulo amoroso em que a personagem principal não acabou com quem você queria ou um casal que você não gosta

Eu odeio muito o Peeta, então deduzam aí a resposta.


4. Um gênero de livros popular que você não costuma ler

Romance romântico e o erótico. Eu não consigo acreditar em uma história que carregue o drama de um casal se separando e se unindo ao longo de 300 páginas. E eu não consigo nem imaginar um erótico.

5. Um personagem popular que você odeia

Queria falar Alasca, mas vou mudar de foco. Vamos falar de filme? Não consigo suportar Júpiter, protagonista de O Destino de Júpiter. Ela surge no objetivo de ser a "personagem feminina forte", tem o objetivo de ser uma rainha intergalática, mas ela está ali sendo usada por todos os vilões, os outros herdeiros. E ela não faz nada, só o crush dela, que deveria funcionar como mentor e não como herói, faz alguma coisa. É um desserviço esse filme.

6. Um autor popular que você não consegue se interessar

Nicholas Sparks. Eu já superei meu lance com JK Rowling, hoje amo essa mulher. Mas Nicholas Sparks não. olha pr'essas capas e chore


7. Um clichê que você está cansado de ler

A donzela indefesa. Não consigo entender o personagem que sempre precisa ser salvo, tipo Piper antes de A Marca de Atena. Usei "donzela indefesa", mas se encaixa em homem também. Um motivo para odiar o Peeta.


8. Uma série ou livro popular que não tem interesse de ler

A culpa é das estrelas, do John Green.

9. "O livro é melhor que o filme". Diga um livro ou série que você achou o filme melhor que o livro

Não queria falar esse, mas é realidade. A gente aceita que o filme de Jogos Vorazes é melhor que o livro e principalmente a dupla A Esperança. A Esperança é o livro que eu menos gosto, mas são os meus filmes preferidos.