Não estou falando daqueles tapas na cara que livros com críticas sociais, como "Morte Súbita", de J. K. Rowling, dão. Esse tapa a gente supera. Estou falando aqueles tapas que os seriados televisivos e séries literárias dão. Esse com certeza é o pior tapa.
No final de "Jogos Vorazes - Em Chamas", de Suzanne Collins, recebemos a pior lambada que alguém poderia receber lendo um livro. "Katniss, o Distrito 12 não existe mais". É com esse tipo de coisa que não podemos lidar. Na verdade, a série "Jogos Vorazes" foi feita para de surpreender a cada capítulo. A estrutura de cada capítulo foi muito pensada estilisticamente para sambar com o leitor. Como os capítulos são longos, Suzanne Collins armou uma arapuca pro leitor. Se você notar, os capítulos acabam com informações que você não sabe lidar; daí o próximo começa desenvolvendo o presente dado; você mergulha numa zona de que tudo deu certo até que você recebe outra amora-cadeado. E o livro "Em Chamas" é o suprassumo desse estilo dela.
Eu vim escrever esse texto exatamente porque eu acabei de ver o primeiro episódio da segunda temporada de "How to Get Away with Murder" estou escrevendo no sábado à tarde. A primeira temporada deu um show e a atriz Viola Davis até recebeu o Emmy de Melhor Atriz Dramática pela personagem Annalise Keating, uma professora de Defesa, ou de Como se safar de um Assassinato. A primeira temporada começou com tudo destruindo sua noção de tempo. No passado, os alunos de Annalise Keating estão tentando defender Rebecca Sutter de ser acusada por matar Lila Stangard. No presente, os alunos da professora estão tentando se livrar de um corpo que é revelado logo primeiro capítulo. A série foi feita para você não respirar. Assim que você acha que matou a charada, o autor da série quase fala com você: "Nossa! Como você é burro, cara!". Só que, como a primeira temporada acabou no ápice, a segunda não começou com um tapa na cara, começou com aquele chute que Victor Belford recebeu do Anderson Silva. Eu estou nocauteado ainda.
Um autor brasileiro que soube dar tapa na cara foi o Renan Carvalho, autor de "Supernova - O Encantador de Flechas". Já adiantando da resenha de semana que vem, o primeiro livro da série "Supernova" rompe com todas as expectativas de uma vida sem levar aquele livro consigo a qualquer lugar. Ao final de cada capítulo, você encontra algo que não te deixa sobreviver sem ler o próximo em sequência. É como se o livro te segurasse e não você segurasse o livro.
Então, dessa vez não vim escrever algo que fizesse você pensar. Eu vim pedir ajuda. Eu tenho que aprender a lidar com finais surpreendentes. Como você supera finais de temporada e finais de livro? Pior! Como você sobrevive a finais de filme com continuação? Deixe nos comentários! Compartilhe! Vou querer saber com certeza!
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