quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Generalizações

A algum tempo eu assisti uma palestra incrível feita pela escritora nigeriana Chimamanda Adiche, que vem se tornando uma das minhas autoras favoritas, a palestra se chamava “O perigo de se contar uma história só”. Nela, a autora falou de vários momentos em que ela foi esteriotipada por vir de um país africano, pois a visão que se tem da África é de um lugar pobre onde reina a fome e a guerra, essa é a única visão que os americanos teriam de seu continente outro exemplo foi o que ela própria fez com os imigrantes mexicanos, ela os “idealizou” em sua mente, só conseguia pensar neles de uma maneira antes de conhecer e ver que a realidade é bem diferente.
E fazemos esse tipo de generalizações o tempo todo. As generalizações são uma forma bem imperceptível de preconceito. A partir de uma mísera informação ou de uma ilusão sobre esta já passamos a julgar alguém. E não precisamos nem ir muito longe, vamos colocar um exemplo dentro da literatura.
Há algum tempo eu li um livro chamado Um caso perdido da Coleen Houch, não foi um dos livros mais marcantes da minha vida, mas me relembrou o porque de não julgar as pessoas. O livro conta a história de uma moça chamada Sky, que havia passado a vida inteira estudando em casa e para ter mais chances de conseguir uma faculdade ela vai para a escola no terceiro ano do ensino médio, acontece que: ela tem uma reputação, antes de ir para a escola ela gostava de pegar vários garotos e as pessoas a tratam como puta( porque os machistas e as reprodutoras do machismo não tem nada para fazer e ficam infernizando a vida dos outros) Sky conhece um garoto chamado Holder, que tem uma reputação problemática de ser violente( de novo porque a sociedade não tem nada para fazer da vida e ficam infernizando a vida dos outros) , os dois se apaixonam. Eu á comecei o livro com a mochilinha do preconceito, porque tanto a Sky quanto o Holder eram os dois clichês do romance adolescente e muito mais mimimizentos. Fui lendo capítulos e capítulos até a metade do livro, nada de interessante só os clichês da vida, estava prestes a abandonar quando Colleen resolveu explicar porque a Sky e o Holder eram tão chatos.
E Meu Deus! Eles tinham motivos, motivos fortíssimos. E eu nunca tinha parado para pensar nisso, com nenhum personagem. Quer dizer: o pessoal já não bastava as esteriotipações que eles recebiam da sociedade, eles tinham que sofrer com seu passado. E isso foi uma baita lição para mim, assim como a palestra da Chimamanda: Vamos parar de julgar, de esteriotipar e generalizar e começar a prestar atenção no que as pessoas dizem, em vez de dizer “ai que personagem chato” vamos começar a nos perguntar “porque ele é chato?” Enfim parar de julgar e ajudar.
E eu queria agradecer o pessoal do Clube do Livro, sem vocês eu jamais teria lido esse livro.

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