segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

I am feeling a little peculiar - Sobre "Sense8"

"What is human? An ability to reason? To imagine? To love or grieve? If so, we are more than any human ever will be." [O que é humano? A capacidade de raciocinar? De imaginar? De amar ou de sofrer? Se sim, nós somos mais humanos que qualquer humano poderá ser.]


Quem é Will, Riley, Nomi, Lito, Capheus, Wolfgang, Kala e Sun? O que é um sensate? Por que todos viram a mesma mulher se suicidando mesmo morando em diferentes partes do mundo? Isso que a série "Sense8", uma série original da Netflix, veio dizer.
"Sense8" lançou em junho de 2015 para deixar o universo de queixo caído. Eu só assisti no final de semana passado os 12 episódios e fiquei embasbacado com a qualidade. Não tem o que dizer, só sentir mesmo.
O ponto de partida é o suicídio de Angelica. Antes de morrer ela tem a tarefa de despertar os novos sensates, a nova geração de pessoas interligadas emocionalmente e mentalmente. E, ao dar a luz aos sensates, os oito assistem ao dramático suicídio, mesmo estando espalhados pelo globo. A partir desse momento, estarão interligados para o resto da vida.
O interessante de "Sense8" também é as curvas dramáticas de cada personagem. O Will é um policial de Chicago que passa a investigar a morte de Angelica e se envolve também com os problemas do gueto; Riley é uma DJ em Londres, embora seja islandesa, e está afundada até a pescoço com tráfico de drogas londrino, mesmo que ela seja só usuária; Nomi é uma hacker ativista transsexual lésbica que mora em São Francisco e é a primeira a perceber que há perigos em ser um sensate; Lito é um ator de cinema de Cidade do México mas esconde o fato de ser gay com a espevitada Daniela que estava envolvida num relacionamento abusivo; Capheus é um motorista de ônibus em Nairobi fanático por Van Damme que é capaz de fazer de tudo para arranjar remédios para AIDS para a mãe; Wolfgang é um arrombador de cofres alemão que, após a morte do pai, quer provar que é melhor que o seu progenitor; Kala é uma farmacêutica de Mumbai que teoricamente vai ser a primeira a se casar por amor, o problema é que ela não ama o noivo Rajan; e Sun é uma deusa empresária de Seul que nas horas vagas é lutadora de kickboxing, mas descobriu que na sua empresa as coisas andavam estranhas.
O roteiro foi de uma precisão ímpar ao tratar da individualidade de cada um e entrelaçar as oitos vidas. Não existe um diálogo vazio, um diálogo desnecessário. Cada sequência dava um gosto de "cadê vocês juntos de novo?". Um voto para Kala e Wolfgang, Capheus e Sun e Will e Nomi, além dos diálogos entre Lito e Hernando e Nomi e Amanita. Nenhum ator deixa a desejar. É a primeira vez que vejo oito atores se complementarem tanto e serem únicos também.
Além dos aspectos técnicos de produção, roteiro, atuação e direção, o enredo é fundamentado, como todo sci-fi, na curiosidade do espectador. A cabeça de quem assiste dá nós nos neurônios de tal forma que você vira um sense9, como eu e meus amigos falamos.
Apesar de 67% de aprovação no Rotten Tomatoes, a série agradou o público e nos rendeu muitas montagens, memes e vídeos de passar mal com as cenas que nós passamos mal assistindo.
Para assistir "Sense8" você só precisa de mente e coração abertos e um pacote de bala Fini de gelatina.

Até segunda!

Um comentário:

  1. Olá,
    Nossa sense8 é incrível! Um absurdo de série, as cenas de interação entre os sensates são maravilhosas e muito bem feitas. Agora é só esperar pela segunda temporada... O que é o pior haha.

    Abraço,
    Parabéns pelo blog,
    Rafael Augusto.

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