segunda-feira, 13 de março de 2017

"Logan"

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real

Hurt, Johnny Cash

Assisti Logan  há uma semana e vim comentar. A história final do herói Wolverine na pele de Hugh Jackman foi narrado pelos roteiristas Michael Green e David James Kelly e dirigido por James Mangold e trouxe novamente às telas Pattrick Stewart como Professor Charles Xavier.
O filme se passa por volta do ano 2024, um futuro próximo, mas com um ar de desolação, onde os mutantes estão praticamente extintos. Nesse universo, Wolverine e Calban (Stephen Merchant) trabalham juntos para a sobrevivência do nonagenário Professor X.
Logan, que agora trabalha como motorista, acaba tendo seu caminho cruzado por Laura (Dafne Keen) e sua tutora. No desenrolar dos primeiros minutos, o nosso protagonista se vê obrigado a proteger a pequena Laura e o idoso professor numa road-trip, enquanto se auto-destrói.
A primeira coisa a que o longa se propõe é criar a atmosfera intimista e desoladora através de um personagem, conhecido pela força, estar viciado no álcool, meio-manco e com vista cansada. Além disso, o cenário apresentado é desértico beirando o gênero faroeste, que inclusive está no filme através de Os Brutos também Amam, de 1953.
Esse cenário "terra de ninguém" facilita a construção da personagem Laura, a mutante X-23  com os mesmos poderes do Wolverine. Dafne Keen conseguiu misturar selvageria e doçura inocente ao longo da trama. Ela é violenta demais, mas também tem gestos que te fazem lembrar que ela é uma criança "mal-criada". O que são os óculos escuros ela?
Os vilões interpretados por Boyd Holbrook e Richard E. Grant são personagens muito interessantes. Eles são seres humanos normais, mas encaram os mutantes com sobriedade de quem encara um igual ou até com certo desprezo.
O humor desse filme sempre tange o ácido, já que estamos falando do Wolverine. A rudeza do personagem gera aspereza nas relações dele com qualquer outro personagem gerando momentos cômicos principalmente quando ele tenta travar um diálogo com Laura, que consegue passar vários feelings sem nem mesmo falar em 3/4 do filme.
É bom lembrar que o conteúdo é mais dramático que de ação. Então não espere um encadeamento de cenas de ação com pontos de drama. Em Logan, são várias cenas que exigem carga expressiva pontuada por cenas de ação incrivelmente dirigidas. Os efeitos especiais, a coreografia estão realmente de parabéns.
Ah! Tem um post aqui no blog muito visualizado sobre crianças no cinema vendo filmes com classificação etária acima das suas próprias. Eu vi crianças de 4 anos, de 10, de 8, na minha sessão. Eu acredito que violência no meio ficcional não influencie completamente no comportamento de alguém, mas heróis como Wolverine e Deadpool abordam uma violência nada saudável para essas crianças. Eles são heróis sim, mas com vícios e poderes cujo único rastro é o sangue e membros decepados, isso inclui uma criança no elenco com o mesmo poder de destruição. Queridos pais, vamos ter senso! Tem que lera sinopse, ver o trailer e verificar a classificação etária.
Para quem pode, recomendo que assistam já! Drama, ação, densidade, força. Todo desfecho que esse personagem merece de fato!
Assiste e vem falar comigo, ok? Então até semana que vem!

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