Hoje vim falar da minha barba. Peraí! Mas você não é um blogueiro de moda graças ao Bom Deus e isso é um blog literário. Quem disse que vou fugir do tema, meu caro leitor?
Nós, leitores, temos a maior capacidade de entender o que uma pessoa está passando de uma maneira que nenhuma outra pessoa pode ser capaz. Os livros nos revelam uma imensidão de características psicológicas e físicas que nos ajuda a moldar o perfil da personagem, sua personalidade. E quando temos acesso à personalidade de alguém conseguimos processar a noção que uma pessoa tem do mundo. Se o mundo é colorido para ela, ou se ela vê os outros com certa desconfiança.
Ao acessar esse banco de dados de personalidades que um livro só nos dá, somos capazes criar empatia com uma personagem e gerar aquela identificação básica, que é primordialmente o que move uma história. Sem a identificação com qualquer um personagem, você pode perceber que a história não vai andar muito fácil. É daí que surge aquele termo "esse livro não é pra mim", ou aquela epifania que acontece quando você relê aquele livro mais de uma vez e cada vez você recebe um tiro diferente.
Percebem que é uma via de mão dupla esse esquema da identificação? Se eu leio e me identifico com um personagem, esse personagem vai te representar de alguma maneira. Ao mesmo tempo que você entende a personalidade e pinta aquela pessoa, a personagem te responde um "você não pensa assim?". O livro acaba te ajudando a criar uma identidade ou a entendê-la melhor. E quanto mais você lê mais você cria a sua própria personalidade e uma identificação.
Nas ruas, você também é capaz de fazer isso. Com a capacidade de se entender e entender os outros que você criou com a literatura, você é capaz de criar uma imagem sobre uma pessoa e lê-la de certa forma e saber quem você é ajuda as pessoas a te lerem também.
Aí que entra minha barba. Não é uma das melhores criações divinas, minha barba, embora acredite que ela vá melhorar um dia. Ela exprime minha identidade de uma forma que eu sem barba não expressaria. Quando eu me olho no espelho sem barba fico analisando em quanto tempo ela encherá de novo. É mesma coisa quando me visto ou sobre acessórios que eu, ou outra pessoa venha a usar. Saio, sim, com uma camisa nerd e cheio de bottons na mochila porque eu acredito que é assim que eu sou capaz de me apresentar e mostrar como sou. Se você perceber é a mesma coisa quando uma mulher resolve assumir os cachos ou decide não usar maquiagem; ou homem resolve se depilar, ou a mulher resolve não se depilar.
Acho que nós, seres humanos, por sermos racionais, estamos em constante criação de uma identidade. Quanto mais vivemos mais nós temos vontade de esconder alguma coisa, ou de libertar alguma coisa. E isso é criar uma personalidade. As pessoas têm o direito de agir como quiser, quando quiser, e isso as molda para o mundo e para si mesmo.
E mais! As pessoas têm direito de mudar psicologicamente e fisicamente, isso também faz parte da sua evolução, ou involução, como pessoa.
Se vocês pararem para pensar, acontece a mesma coisa com as séries televisivas. Você cria, até mais fácil, uma empatia. A moda e o estilo de vida de cada personagem ou o modo de impor as ideias nos aproximam de cada um em cena. Por isso a gente sofre muito mais assistindo uma série do quando lê um livro, na verdade, a gente sente muito mais. Sense8 é o exemplo de série que te insere naquele mundo e fala bastante sobre o tema de hoje (vide o incrível musical feito no quarto episódio, que, se você não cantou junto, não entrou na proposta).
E aí, meu povo, o que faz você libertar sua personalidade? Ou como fisicamente você expressa sua personalidade? Deixa aí nos comentários e espalhe pelo mundo essa mensagem, talvez, de liberdade.
Até segunda!
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