Olá pessoas, como vão? Devido ao meu final de período (e que final, mas graças ao meu bom Deus...ACABOOOOU) eu fiquei meio ausente. Enfim, para comemorar a minha volta às leituras, eu vou propor uma discussão, melhor, uma reflexão acerca de um livro que lançou faz uns 4 anos, de um autor que eu particularmente amo demais: Vamos falar hoje sobre Inferno escrito por Dan Brown.
No meio da noite, o renomado simbologista Robert Langdon acorda de um pesadelo, num hospital. Desorientado e com um ferimento à bala na cabeça, ele não tem a menor ideia de como foi parar ali. Ao olhar pela janela e reconhecer a silhueta de Palazzo Vecchio, em Florença, Langdon tem um choque. Ele nem se lembra de ter deixado os Estados Unidos. Na verdade, não tem nenhuma recordação das últimas 36 horas.
Quando um novo atentado contra a sua vida acontece dentro do hospital, Langdon se vê obrigado a fugir e, para isso, conta apenas com a ajuda da jovem médica Sienna Brooks.
De posse de um macabro objeto que Sienna encontrou no paletó de Langdon, os dois têm que seguir uma série inquietante de códigos criada por uma mente brilhante, obcecada tanto pelo fim do mundo quanto por uma das maiores obras - primas literárias de todos os tempos: A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Como podemos ver acima, na sinopse, mais uma vez encontramos um personagem que encontou milhares de leitores pelo mundo: o professor de História da Arte, especializado em Simbologia, Robert Langdon. Ao contrário de outras histórias envolvendo este personagem, em Inferno, já encontramos Langdon em uma situação de perigo (o que não é novidade), todavia, Dan Brown fez algo que já te choca no início: ele mostra a trama desenrolando-se já no início e não depois, como nos outros livros, o leitor é jogado em uma espécie de tempestado no meio do Oceano, onde você fica à deriva e sem saber para onde ir...totalmente perdido e desorientado. Bem, foi assim que eu me senti no início.
Devo dizer que, em termos de escrita, Dan Brown se superou do que foi Simbolo Perdido (gente, desculpa mas eu odiei aquele livro, eu nem consegui terminá-lo), cheia de ação, suspense e muita, mais MUITA história envolvida, o autor conseguiu construir uma trama digna e muito bem amarrada. O único ponto fraco que eu achei, na minha humilde opinião, foi o fato de durante boa parte do livro a trama se seguir, meio que "arrastada", sabe aquela sensação de que, o autor poderia parar de enrolar e explicar tudo logo? Sei que o Brown é assim, mas que nesse livro ele exagerou um pouco desse artifício, isso, na minha opinião, ele fez. Contudo, isso é super válido para explicar com detalhes a história, já que o autor se dispõe a utilizar uma das obras mais conhecidas e inestimadas atualmente: A DIVINA COMÉDIA. E eu vou te dizer, isso requer muita coragem.
Para quem não sabe, A Divina Comédia foi uma espécie de pontapé inicial da literatura Renascentista, o seu autor, Dante Alighieri, ficou conhecido como o "pai da língua italiana moderna", além de ser um verdadeiro gênio escrevendo mais de 14.000 mil versos, divididos em três seções: Inferno; Purgatório e Paraíso, e a história acompanha a viagem de Dante por esses lugares até ele chegar ao Paraíso, sendo acompanhado por Virgílio.
O livro é de uma maestria impecável, os elementos tanto histórico quanto científicos empregados nessa história são muito bem amarrados, de uma maneira que apenas Dan Brown sabe fazer. Seus personagens são carregados de uma complexidade que você não consegue e nem pode "rotular" que é o "bom" e quem é o "mal". Porque eu disse isso? É nesse momento que chegamos na discussão que eu queria apresentar nessa resenha: o livro, como em todos escritos por Brown da saga de Langdon, conta com um " gênio louco" querendo o fim do mundo, entretanto, no decorrer do livro você percebe que o "louco" têm uma certa razão no que está fazendo.
Como assim Carol?? Calma, eu vou explicar melhor e infelizmente vai rolar um "spoiler de leve", nada que comprometa a história: O "vilão" da história ele acredita em uma filosofia chamada Transhumanista, que segundo as minhas pesquisas no oráculo contemporâneo, mais conhecido como o Tio Google, diz o seguinte: o Transhumanismo, que é um movimento cultural e intelectual fundado na crença de que podemos e devemos implementar um uso racional da tecnologia que altere fundamentalmente a condição humana para melhor. A discussão emerge a fim de explorar ao máximo as potencialidades tecnológicas para uma vida melhor e discutir as questões morais envolvidas, e deve ter participação popular na definição da melhor forma de condução de todos esses processos. (Se quiserem entender mais sobre este tema, deixarei o link no final do post). Resumindo: é uma filosofia que acredita que a humanidade só conseguirá evoluir, se ela permitir o uso racionalizado da tecnologia na sociedade moderna.
No decorrer da história, o autor nos mostra as convicções deste "antagonista" e o porquê ele quer o fim da raça humana, pois o personagem acredita que, para haver uma "salvação" da humanidade, ela deve ser "extinguida", no sentido de erradicar com o problema da superpopulação do planeta, isso tem forte influência da teoria malthusiana sobre a população global (colocarei o link abaixo). Se pararmos para pensar, nosso planeta atualmente tem aproximadamente 7 bilhões de pessoas e esse número apenas cresce e
existem previsões de que em menos de um séculos, vamos chegar perto dos 10 bilhões de seres humanos no planeta e com isso, vamos esgotar os recursos naturais cada vez mais rápido, até não sobrar nada. E é ai que entra a questão fundamental desse livro: até onde a humanidade pode ir com o avanço da tecnologia e da população?
Não podemos deixar de pensar que, nós, seres humanos estamos cada vez mais desfrutando e até mesmo, abusando dos recursos naturais do planeta, todos os dias, cientistas de todo o mundo pensam em maneiras de nos tornarmos mais sustentáveis, entretanto, isso realmente está dando certo? Ou será que é tudo conversa "fiada", apenas teorias e nenhuma prática? É nisso que o livro que fazer com o leitor, instigá-lo a pensar; instigá-lo a raciocinar, e sinceramente: fez isso comigo. Veja que, durante esse texto, eu não resolvi tratar algo como "vilão" e "mocinho", até porque até isso é algo contraditório, como disse Sirius Black " Todos nós temos Luz e Trevas dentro de si mesmo, basta escolhermos que lado iremos seguir". O interessante desse livro foi a forma com que o autor trabalhou com a poesia de Alighieri, conseguindo conectar o poema a toda a trama da história, não há um momento em que não vemos Dante ser citado.
Enfim, na minha opinião, não sei porque eu demorei tanto para ler este livro maravilhoso e com uma mensagem profunda e que faz com o que o leitor pense não apenas na história ficcional, mas no próprio rumo que nós, humanos, estamos tomando. Um conselho: Leia esse livro. Deixe-se mergulhar em mais uma história impressionante de Dan Brown, com personagens instigantes e com um enredo de fazer você perder o fôlego, deixe-se penetrar nessa maravilhosa história e conhecer mais sobre essa autor que modificou toda a forma de pensar do século XV-XVI na literatura e que inspira a tantos nos nossos tempos atuais, e eu termino esse texto com uma frase deste autor que entra em contexto com esse livro:
Ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança...
- Alighieri, Dante.
P.S: Quase que eu ia esquecendo, para os cinéfilos, já está em produção o filme estrelado pelo Tom Hanks e pela Felicity Jones, então esperem até Outubro para ver mais uma vez, uma atuação impecável do Hanks como Robert Langdon.
Links disponíveis:
Malthusianismo: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/malthusianismo.htm
Quero dizer-lhe que adoro os filmes porque são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador. Desde que vi o elenco de Inferno imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, pessoalmente eu irei ver por causo do atriz Felicity Jones, uma atriz muito comprometida. Eu a vi recentemente em 7 Minutos Depois Da Meia Noite. É uma historia que vale a pena ver. Para uma tarde de lazer é uma boa opção. A direção de arte consegue criar cenas de ação visualmente lindas.
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