terça-feira, 6 de outubro de 2015

Terror e literatura infantil, tudo a ver...

Olá moçes, 

Outubro é aquele mês incrível em que você consegue misturar dois feriados completamente opostos um ao outro( e ignorarmos toda a cultura consumista): O dia das Crianças e o Dia das Bruxas. Se por um lado um trás a ideia de pureza e inocência o outro tem o sentido completamente diferente na qual busca o lado obsucro do ser humano. Porém, estes feriados parecem estar mais atrelados do que realmente aparente( e não, não estou falando só sobre se empanturrar de doces).

O terror é muitas vezes usado em livros infantis, claro que em doses bem menores do que costumamos ter em livros que são exclusivos sobre o tema. E não é raro ver isso: Em O Jardim Secreto da Frances Burnett, por exemplo, temos a história de Mary que após ficar orfã vai morar com seu tio na Inglaterra, assim como os pais de Mary o tio não é muito presente. Ao longo do livro Mary realiza uma jornada de aprendizado e vê que a vida pode ser bem diferente do que ela pensava. Em determinado ponto do livro a autora da valorização a esse climão gótico(já que o Tio da Mary vive em uma casarão ~meio~ abandonado) e isso consegue ser bem explorado, instigando todas as caracteristicas do terror e do mistério sem deixar você traumatizado para o resto da sua vida. E isso não se restringe a livros mais antigos, livros como Harry Potter da J.K.Rowling e Desventuras em Série do Lemony Snicket conseguem equilibrar bem todos os elementos de terror que traram o medo sem que este consiga dominar o livro.

E o inverso também acontece, as crianças são personagens bem visadas em livros de Terror. Talvez para criar essa ideia de empatia, afinal crianças são fofas e tudo mais (menos Carmelitta Spats e Draco Malfoy) mas, quem leu o Iluminado sabe, nunca quis protejer o Dan de todo o mal daquele hotel? E também por toda essa questão de seremo inverso do terror, muitos autores usam o paradoxo de criar crianças não tão inocentes como, por exemplo, foi o caso de A Volta do Parafuso do Henry James e série A menina que não Sabia Ler do John Harding, em ambas ficamos com a dúvida de quão boazinhas são as crianças. 

Livros citados no texto(vale apena fazer uma maratona com eles)
 A Volta do Parafuso: O livro do Henry James se passa durante a Era Vitoriana e narra a estória de uma jovem preceptora que vai dar aulas e cuidar de duas crianças que vivem no interior do país em uma casa negligente e estão sob a responsabilidade de um tio que combina muito com a casa que possui em termos de cuidados com as crianças( logo no primeiro capítulo ele fala que não quer ser incomodado, para a moça dar um jeito se algo ruim acontecer). As crianças são umas fofas e tudo ia maravilhosamente bem até que a preceptora descobre que dois funcionários da casa, bem próximos as crianças, morreram antes dela chegar. E ela começa a notar uma mudanças de comportamento nelas em situações relacionada a morte dos funcionários.
O livro consegue trazer toda a ideia que eu falei de que nem sempre a criança vai ser a vítima do terror, mas vai atuar junto com ele, além dessa sacada maravilhosa, temos uma questão bem importante no livro: o terror psicológico, aproveitando-se da narrativa em primeira pessoa, temos toda a incerteza de até que ponto é loucura da narradora e até que ponto algo sobrenatural aconteceu.
Além de ser um livro ótimo, o livro tem uma excelente adaptação chamada Os Inocentes, é um filme antigo e em preto e branco, mas confie em mim é maravilhoso.
A menina que não Sabia Ler: Os livros do John Harding tiveram muita influência do terror de Henry James e Edgar Allan Poe. O primeiro vai contar a vida de Florence e Giles que foram deixados aos cuidados de um tio negligente e mega machista, enquanto ele quer dar tudo de bom e do melhor em relação a educação do Giles, quer deixar Florence ignorante e sem saber ler. Porém, para a surpresa de tudo e todos, ela aprende e este se torna um grande segredo, e ela não vai ter medo de fazer tudo pelos seus livros e pelo seu irmão.
O livro tem uma escrita bem realista, parece que John Harding é um time lord e pegou sua TARDIS, voltou no tempo para narrar como seria os Estados Unidos em sua fase mais gótica. Então temos todo um traballho em relação a narração e o melhor: a narradora é a Florence o que deixa ainda mais tenso o teror psicológico. É como se a história fosse contada, em alguns pontos, pelo vilão e em outros pelo mocinho, e no fim você não tem mais certeza de onde acaba a realidade e onde começa a fantasia.
O iluminado, Stephen King: O livro narra a estória de uma família que pessa por uma crise, apos o pai se recuperar do vício da bebedeira ele vai trabalhar num hotel como zelador e tentar recomeçar a vida e mostrar que ele é o dono desta. Ao mesmo tempo o filho do casal, Danny, começa a ter estranhas visões que se concretizam em relação ao hotel. E é justamente neste ponto que tudo fica tenso.
Stephen King não é conhecido por ser o rei do terror só pelo seu sobrenome e sim pela sua eficiencia em conseguir assustar. O grande “bum” da história é a sensação de ansiedade e as metáforas deixadas ao vento pelo autor, que só te fazem pensar em “eu tenho que ler, eu tenho que ler essa coisa”.

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