segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Resenha de "Ninguém escreve ao Coronel"

Ninguém escreve ao Coronel é um dos primeiros livro de Gabriel García Márquez, autor colombiano que , em 1982, ganhou o Nobel de Literatura por toda obra. Seu conjunto de obras inclui Amor nos tempos de Cólera, Memórias de minhas putas tristes e Cem anos de Solidão. Quem leu Quem é você, Alasca? vai lembrar do livro que Alasca lia, O General em seu labirinto. Pois é, também era dele. Infelizmente, o autor morreu em 17 de abril de 2015, no México, aos 87 anos de pneumonia já aposentado.

Escrito em 1987 e publicado em 1961, Ninguém escreve ao Coronel narra o cotidiano de um casal que perdeu o filho num tiroteio e a única fonte de renda. Em uma pequena da Colômbia, um enterro mobiliza a cidade e faz relembrar das tristezas e revela o estado quase miserável dos protagonistas.
Coronel aposentado, a protagonista espera sua pensão de veterano de guerra depois da Guerra dos Mil Dias que nunca chegou. Toda sexta o homem parte para o cais para receber o tão esperado dinheiro.
Além disso, o filho assassinado deixou de herança um galo de rinha. Uma herança controversa, já que rinhas, além de ilegais, só começavam em janeiro e a história começa em outubro.
A narrativa vai tratar desesperançosamente a busca incessante por essa pensão e a dúvida insistente sobre vender ou não o galo do filho, enquanto tenta vender os próprios itens da casa. Em uma sociedade obviamente machista e com um personagem ex-militar, é possível esperar que o coronel seja um personagem orgulhoso e que não aceita as ideias da esposa (lembra do Robb que não ouvia a Cat? Só que não acabou em Casamento Vermelho).
O livro me lembrou de algo meio Machado Assis, com um ironia que nesse livro beira o engraçado, e, ao mesmo tempo, de algo próximo de Vidas Secas. A ironia, a graça e a miséria das personagens me causaram essa sensação de que Ninguém escreve ao Coronel poderia fazer parte da literatura brasileira.
Um adendo interessante À história é a História da Colômbia. A vida do Coronel se confunde com a história do país, com a situação econômica atual, com as questôes do Canal do Panamá.

É uma leitura interessante, não muito contagiante e nem se propõe a isso. Gabriel García Márquez vem contar uma história angustiante, penosa, embora tenha só 95 páginas.
Agora quero ler Cem anos de Solidão que ouço tanto a Mel Ferráz, do Literature-se, falar.
Até segunda que vem, parças.

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