segunda-feira, 30 de maio de 2016

Resenha de "Azeitona"

"[Agradeço] A todo mundo que já me conheceu, passou pela minha vida ou por mim na rua. Vocês estão nesse livro ou estarão em algum outro que eu venha escrever. Desculpa."


Segundo livro brasileiro do ano, o primeiro YA contemporâneo amo o modo como a palavra contemporrâneo deixa a coisa mais séria, talvez o único. Escrito por Bruno Miranda, vlogueiro do canal Bubarim e do antigo minhaestante, "Azeitona" não parece encantar com a sinopse , mas o conteúdo é maravilhoso, com personagens bem balanceados e com um final de aplaudir de pé.
"Azeitona" conta a história de Ian e Emília, que entram atabalhoadamente num reality show sobre gravidez na adolescência, sendo que Emília não está grávida.

Enquanto a irmã está sendo atendida no consultório, Ian é surpreendido por Catarina, a produtora do reality "Novos Pais", que entende errado a situação e propõe ao jovem participar do programa, oferecendo valores estratosféricos a ele e à namorada. Problema nº1: ele não tem namorada.
Pressionado pala produtora, Ian acaba colocando Emília no programa sem ela saber. Com isso temos os problemas nº 2 e 3. Nº2: Emília tem namorado. Nº3: Emília não está grávida de ninguém. Na verdade, problema é o que não falta e as soluções estão escassas para esses cúmplices de um crime bem imperfeito.
Aqui temos um narrador observador que é onisciente, mas nem tanto. O livro é visto da visão de Emília e de Ian, o que ajuda na sensação de tensão e surpresa a cda momento, porque os dois têm de lidar com essa mentira. De vez em quando, os capítulos passavam na cabeça dos dois, fazendo uma transição leve, como se Ian segurasse uma câmera e a passasse para Emília lentamente para não perder o foco.
Os personagens são bem construídos e estão em construção até o fim das páginas, como se o autor dissesse que estamos sempre mudando. A maturidade que os parceiros desenvolvem mostram que os erros não compensam tanto, mas ao mesmo tempo pede para o leitor errar um pouco... claro que não como Ian e Emília, por favor!
Você pode achar que o enredo é sobre gravidez na adolescência, mas passa longinho por esse tema. O enredo, na verdade, é sobre mentiras e erros e que passa por discussões como gravidez precoce, aborto, estupro, relacionamentos abusivos, amor inexplicável, relacionamentos familiares.
Às vezes, por causa do tema, o livro busca sempre uma frase de efeito ou uma filosofia de vida, mas em alguns casos não dá muito certo... Na verdade, no começo não dá certo, no final, as filosofias se encaixam melhor por conta da trajetória de cada um.
Ri muito com esse livro, tive intensas vontades de chorar e de abraçar os nossos protagonistas. "Montanha-russa de emoções" descreve a sensação. Do meio para o final, ocorre uma mudança bem rígida no tom mostrando que, de alguma forma, existe punição para os nossos atos impensados.
Gostei muito de "Azeitona" porque é um livro que causa emoções em você, provoca a integração. Toda vez que eu pensava algo óbvio, o menino Bruno escrevia um arco bem diferente.
Recomendo muito para quem gosta e não gosta de YA. É um livro nem um pouco romântico, sutil, didático até certo ponto... Apaixonante!
Até segunda!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Vamos deixar a meta em aberto

Acho que best-sellers criaram um monstro.
Você deve perceber que a cada ano que passa o tempo parece encurtar e 24 horas parecem não ser suficientes para dormir, trabalhar, praticar algum esporte, ser sociável com a família, ser sociável com os amigos e ainda assistir televisão, ir ao cinema e ler, ou praticar qualquer outro hobby. E nós leitores temos que ser aliados das leituras em movimento, ou seja, transporte público, que tem implicações médicas que rejeitam essa hipótese: Mas é aquele ditado: Vamo fazer o quê? sei que você completou a frase sem ler
Uma alternativa sempre ronda nossa cabeça como mosca em dia de chuva: ler livros rápidos, que não tomem seu precioso tempo. Eu tenho o hábito de ler no metrô, e só, então ler livros rápidos é a alternativa mais tangível. Infelizmente, o meu planejamento para 2016 era morrer nos clássicos sendo que eu leio menos de meia hora por dia. Como ler clássicos que já demoram lendo pouco por dia.
Os famosos best-sellers se adequaram aos novos tempos. Demorar mais de um mês em um livro dá-nos a sensação de que o enredo não evolui e a história, pedante. Vamos pensar que talvez o problema seja você e a sociedade que cobra que seu tempo seja ocupado.
Em alguns momentos, até os best-sellers perdem para eles próprios. Eu leio um livro d'As Crônicas de Gelo e Fogo por ano e, por um milagre, consegui ler A Tormenta de Espadas  e O Festim dos Corvos de uma vez só nessas férias. Mas eu estou a um bom tempo tentando ler A Dança dos Dragões e acabo observando os não-lidos e encontro um mais fino que aparenta ser mais ágil.
Então irei fazer um acordo com vocês até o final do ano eu tenho que ler pelo menos 5 clássicos brasileiros ou internacionais. Esse ano eu só li A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. Não vamos deixar best-sellers criarem em monstro invencível.
Eu sei que 5 é uma meta baixa mas vamos fazer igual a Dilma: Vamos deixar a meta em aberto, quando a gente alcançar a meta, a gente dobra.

Até segunda!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

TAG das Séries

Já falei de Sense8 aqui, já falei de How to Get Away with Murder, já falei de Penny Dreadful. Hora de falar delas de novo? Delas e de mais algumas. Vamos nos amar vendo séries?


1- Qual a sua série favorita de todos os tempos?

Mais fracassado que em rankear livro, rankear séries é decepcionante. E costumo pensar que eu não erro em séries, eu só paro de ver mesmo, nem por ser ruim, por eu ser desfoque.
Mas a melhor série ever deve ser Penny Dreadful. Eu aparei para pensar em técnica. E Penny Dreadful é a que tem mais qualidade cinematográfica, por assim dizer. Uma fotografia exuberante, diálogos, figurinos, enredo, representatividade.
A terceira temporada lançou domingo após a estreia de Game of Thrones, se não me engano. E assisti ao primeiro episódio ontem e achei maravilhoso.

2- Qual o seu personagem favorito de todos os tempos?

Ia falar Emily Thorne por motivos de... amo aquela mulher. Mas outra que eu amo e que eu acho destruidora é a Annalise Keating. Deixa as duas aí. Vocês decidem por mim.


3- Cite uma série que você viciou?

A última que eu me viciei foi a 2ª temporada de Game of Thrones. Antes disso foi a 1ª temporada de The Walking Dead. Antes foi Sense8...
Mas nada foi tão avassalador quanto Penny Dreadful. Vi as duas temporadas assistindo até quatro episódios por dia. Cada episódio é um tiro diferente.


4- Cite um personagem que você tem algo em comum.

Queria falar Matt Murdock, de Marvel's Daredevil, mas quem sou eu na fila do pão?
Fiquei em dúvida entre Jack Porter, de Revenge, e o Hernando, de Sense8. Mas o Jack é muito trouxa, todo trabalhado na mentiras da Emily, da Margaux... Às vezes eu também me sinto muito Raj ou Leonard, de The Big Bang Theory.


5- Cite uma série que todo mundo gostou (gosta) menos você.

Desculpa, mundo! Podem preparar a metralhadora. Eu não consigo assistir Friends. Eu bato as palminhas na abertura não tem como não fazer isso mas não passa disso. Não tenho interesse de ver.

6- Cite um protagonista que você não gosta, mas curte a série.

O que é o Wes da 2ª temporada de HTGAWM?
Eu gostava muito dele na primeira temporada. Aí ele esqueceu de entrar na vibe "It's time to move on" do primeiro episódio da última temproada. Ficou caindo pelos cantos sambando na cara da Annalise. Minha vontade era dizer: Seje menas!


7- Você assiste uma série brasileira?

Eu procuro sempre assistir novelas das 23h da Rede Globo que geralmente tem essa pegada. Recomendo muito O Rebu e O Canto da Sereia que seguem o clima noir, ainda mais O Rebu que tem uma fotografai escura por se passar todo em um dia e uma noite e dentro de uma casa.

Dupla Identidade eu comecei, quero continuar e vai ter 2ª temporada confirmada por Glória Perez. E daqui a pouco vai estrear Supermax, na qual um dos roteiristas é o Raphael Draccon. Essa série está prometendo destruir paradigmas da TV brasileira. 
E as séries de comédia brasileira, na maioria das vezes, são de boa qualidade. Conseguem ir das piadas populares para piadas mais bem boladas. Exemplos são Vai que Cola, que é filmado num teatro, como era o Sai de Baixo e Toma lá, Dá cá; Mister Brau transita num humor que não está muito em piadas em si, está na narrativa; e Tá no Ar: A TV na TV  é um programa que não quero que saia da grade da Globo.


É isso por hoje, pessoal! Respondam nos comentários o que você acharam das minhas respostas  e como vocês responderiam às perguntas.
Até segunda, viciados!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Resenha de "Magnus Chase e Os Deuses de Asgard - A Espada do Verão"

"A espada pulsou, quase como se esivesse rindo. Imaginei-a dizendo: Uma caneta que vira uma espada. É a coisa mais idiota que já ouvi."
Que comece a temporada de de referências e ironia a melhor estilo Rick Riordan.

Magnus Chase de repente estava sendo procurado pela sua família em anos depois da morte da mãe, Natalie Chase. No passado, os três irmãos se separaram depois de um briga estabelecida por Natalie foi: Nunca procure pelo Tio Randolph. Mas com os cartazes com o rosto de Magnus espalhado por Boston só restou ao jovem de 16 anos descobrir o que havia acontecido no Dia de Ação de Graças que separou a família e o que aconteceu na noite da morte da sua mãe.
Randolph acaba levando o sobrinho para o Ponte Longfellow com o objetivo de o menino recuperar um antigo artefato nórdico que só Magnus Chase poeria resgatar: a Espada do Verão. Mas as coisas não dão muito certo quando o gigante do fogo Surt vai atrás dos Chase na ponte e o jovem opta por enfrentá-lo.

Parece que contei a história do livro, mas a história, mas a história começa de fato com a morte de Magnus Chase. Lembram do Acampamento Meio-Sangue? Acampamento Júpiter? A Casa do Brooklyn? Então os heróis nórdicos são treinados no pós-vida em Valhala, lugar para onde vão os que morreram bravamente com arma em punhos.
A criação de mundo do Tio Rick é mais sútil. A mitologia conta com 9 mundos, muitos deuses, muitas raças, logo, não tem como jogar isso tudo na cara no leitor, somando isso ao fato de o livro ser narrado em primeira pessoa.
Magnus é narrador muito bom. Por ser um morador de rua, a acidez nas ironias dele faz a trama ganhar um peso diferente que a gente nas narrativas de Sadie, Carter e Percy, tomando um om mais hostil e agressivo. Esse estilo de personagem como protagonista me faz pensar no fato de que o personagem principal pode ter atitudes heróicas e não seguir aquele esteriótipo de perfeição.
Embora às vezes ele se separe do grupo e eu tenha aquela sensação de "mostra o que ele, os outros, estão fazendo", ele sabe quebrar a barreira narrativa-leitor de uma maneira que não te tira da cena. As ironias, as piadas, são tão bem colocadas que eu morria de rir enquanto lia.
O desfecho foi maravilhoso! Os vilões são louváveis! Loki é um dos maiores vilões da mitologia mundial e Rick Riordan fez o trabalho maravilhoso nele. O Lobo Fenrir também foi muito bem ciado para as poucas páginas que teve. E o Surt fez aquele ótimo papel de megalomaníaco.
Os diálogos foram e os personagens principais são maravilhosos. Um anão fashionista é a única coisa que eu ia imaginar. Todos com a sua história de superação de desafios internos, o que fornece ao texto momentos delicados que acrescentam humanidade e veracidade na história. Samirah, Blitz e Hearth merecem aplausos.

Tivemos um epílogo interessante e um último capítulo que diz que a participação dos Chase, inclusive da Annabeth, não acabaram por aqui. Então esperamos que "O Martelo de Thor" seja destruidor também.

terça-feira, 3 de maio de 2016

[OPINIÃO] Capitão América: Guerra Civil


Olá para todos! Espero que já tenham preparado as homenagens para o dia 4 de maio, internacionalmente conhecido como o dia de "M4Y the force be with you"; para quem não está entendendo é o Dia Internacional de Star Wars e como tal dia, merece as devidas homenagens né?!  Mas, como todos vocês, habitantes da Terra já sabem, na última quinta-feira (28) estreou em todos os cinemas do Brasil o filme Capitão América: Guerra Civil. P.S: Se você não sabia disso, então existem duas opções: ou onde você mora não há nenhum meio de comunicação possível, ou você não é um habitante da Terra...perai...você é um E.T? QUE LEGAL *----*...



Saindo dos meus devaneios constantes, como todos já sabe, Guerra Civil estreou e para aqueles que foram ao cinema assistir ao filme pensando ser uma cópia fiel dos quadrinhos e que não precisaria ler, meu amigo, você está completamente enganado. O MCU (Marvel Cinematographic Universe) é uma ADAPTAÇÃO dos quadrinhos, podendo ou não trazer cenas dos quadrinhos e colocando-as na tela do cinema. Contudo, o que nós, fãs dos quadrinhos vemos, são as grandes referências que os diretores fazem a esses quadrinhos, o que já nos deixa bem felizes. Em Capitão América: Guerra Civil foi o mesmo.


Podendo ser considerado mais como um "episódio" dessa grande adaptação do que realmente um filme solo, durante o filme vemos que a grande "Guerra Civil" que vemos nos trailers e como vemos nas histórias em quadrinhos, é na verdade um conflito bem mais complexo, mexendo com questões ideológicas e observando as consequências de Vingadores 2: A Era de Ultron. Percebemos que tanto Tony Stark quanto Steve Rogers passaram por uma grande evolução de pensamentos e perspectivas diferentes sobre COMO os heróis devem agir. Outro ponto importante, mas que na minha opinião não foi tão bem explorado, foi o relacionamento entre Visão e a Feiticeira Escarlate. Algo que é iniciado na Guerra Civil, mas no filme, deixou um pouco a desejar.


Não podemos esquecer é claro das excelentes atuações de Chadwick Boseman (Pantera Negra) e do Tom Holland (Homem- Aranha). Ser apresentado a esses dois heróis foi ótimo, principalmente para mim, que li sobre a história nos quadrinhos e estava me preparando para ver como seria a adaptação do Pantera Negra para o cinema e eu não reclamo do que vi. Vi uma atuação sólida, respeitando a fidelidade do personagem e mostrando, mesmo superficialmente, a força e a personalidade tanto de Tchala quanto de Wakanda. Já sobre o nosso amado cabeça-de-teia, Tom Holland conseguiu entregar um Homem-Aranha diferente de todos. Não desrrespeitando os outros dois Aranhas, mas o de Holland realmente é surpreendente e foi maravilhoso ver a interação dele com os outros personagens.  A conversa entre Peter e Tony foi engraçada na medida certa e você consegue ver a naturalidade entre os dois atores na cena. É como se nada daquilo fosse parte de um scritp: é como se você mergulhasse em uma conversa entre os dois heróis, visto a maneira natural que eles conseguiram criar. 


Melhor eu não me estender mais nesse texto, senão eu vou começar a contar os spoilers desse filme. Capitão América: Guerra Civil é um ótimo filme, que serve de preparação para os próximos filmes da Fase 3, como disse no início, não vá para o cinema esperando uma cópia fiel dos quadrinhos. O que você verá é uma adaptação, com muitas referências as quadrinhos, mas com uma história diferente sem perder a essência do que Guerra Civil realmente é. O final do filme deixou muitas "pontas soltas" no ar, que eu acredito que serão bem amarradas nos outros filmes, até a chegada de Vingadores 3: Guerra do Infinito que será o desfecho dessa grande adaptação.

Acredito sim, que poderia ser um filme melhor. Deixou muitas coisas no ar? Sim. Mas, com certeza, pode ser considerado como um dos melhores filmes de 2016. Não falhando em efeitos especiais e visuais e com uma história sólida e condizente, Capitão América: Guerra Civil é um filme que,para colocar defeito: precisa procurar. E muito. E agora, vamos esperar (ANSIOSAMENTE) por Doutor Estranho em Novembro. E isso é tudo gente, espero que tenham gostado, coloquem seus comentários (sem spoilers por favor. Não vamos acabar com as alegrias dos amiguinhos que ainda não viram) sobre as suas visões do filme e até o próximo post.

 E desde já....FELIZ M4Y THE FORCE!