terça-feira, 7 de novembro de 2017

Resenha da "E não sobrou nenhum"

Dez soldadinhos saem para jantar
a fome os move
um engasgou e então sobraram nove - E não sobrou nenhum, pág. 49

O primeiro livro da Bienal 2017 lido e terceiro da Agatha Christie que eu leio e a Rainha do Crime não decepciona a nenhum momento. Esse livro assume a postura de thriller em vez de policial. Vamos falar de uma das obras mais elogiadas da autora e que teve até série da BBC e a 3ª temporada de How to get away with Murder baseadas nela.
Nesse livro, dez pessoas são convocadas por um tal Mr. Owen a ir passar as férias na Ilha do Soldado. Todos com os segredos bem guardados, mas que Owen traçou  um plano muito inquietante para revelá-los. Quando os primeiros mortos começam a cair, a tensão começa a surgir. Será que tem mais alguém na Ilha ou tem um assassino entre os convidados.
Agatha Christie segue a estratégia de construir todas as vítimas e suspeitos nesse livro de uma forma muito impressionante. Como, na história, não há detetive, tudo fica a cargo de quem está inserido no suspense e o próprio leitor não sabe como se portar dentro da história contada. Acho maravilhoso como ela usa o pensamento dos personagens para confundir mais ainda quem lê.
Sobre eu como detetive. Falhei tanto porque eu realmente não fazia ideia de quem seria. Eu acertei quem seria o último personagem de pé, mas isso era torcida mesmo e não pensamento racional. O grande vilão não era um grande mistéiro, mas o jeito que Agatha Christie enreda a cantiga infantil com os assassinatos deixa tudo mais mórbido e inevitável.
A Rainha do Crime tem a capacidade de criar os crimes com muita inteligência. Por mais óbvios ou misteriosos que sejam os assassinos que ela inventa. a encenação do crime é sempre uma surpresa. Sempre o "por quê?" e o "como?" me atraem mas do que o "quem?". Por isso ela cria sempre essa atmosfera de quem será a próxima vítima e muita tensão.

Eu não sei o que dizer do ritmo. O texto já tem 399 páginas, mas as mortes acontecem muito freneticamente. Dá pouco tempo para você pensar onde estavam as pessoas na hora de cada morte, deixando passar algumas informações.
Esse livro rendeu a série And then there were none e também a terceira temporada de How to get away with Murder. Vocês devem lembrar que a ideia era saber quem morreu na "Noite" e a cada momento a gente descobria um vivo. A parte mais interessante da temporada é que ela segue a mesma linha de suspense dos soldadinhos. Inclusive a solução.

Mais um romance de Agatha Christie para vocês. Frenético, tenso, sedutor, angustiante. Será que você é a próxima vítima de Mr. Owen?

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Resenha: "Dragões de Éter - Corações-de-Neve"

Eles nunca foram crianças. Eles nasceram no mundo adulto. E mais; eles sobreviveram a ele até hoje. E, agora, pela primeira vez, estão ganhando em sentido de unidade. Um sentido que torturador algum conseguirá tirar deles. - Dragões de Éter - Corações-de-Neve, p. 283


Eu sei que a resenha do primeiro livro não pertence a esse blog, então a gente precisa lembrar um pouco sobre Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas. Na estreia de Raphael Draccon, é inaugurado o universo de Nova Ether onde vivem os contos-de-fada e tem como protagonistas João e Maria e Chapeuzinho Vermelho. Depois da Caça às Bruxas, o reino de Arzallum de Primo Branford está sob ameaça de um ataque pirata e as bruxas querem voltar à ação.
Agora que vocês já sabem da temática do primeiro volume, vamos resenhar o segundo. Spoilers  de Caçadores de Bruxas estão por sua conta em risco a partir de agora.
Após seis meses da morte de Primo Branford, Anísio assume o trono de Arzallum e começa a gerar atritos por Nova Ether. Enquanto isso, seu irmão e príncipe Axel está se preparando para lutar no Punho de Ferro, em Andreane. Nesse contexto, Snail Galford e Liriel Gabianni começam a reunir órfãos para lutar por um motivo maior.
Arianne Narin começa o seu treinamento de bruxa com Madame Viotti e sua mãe e avança na sua relação com João. Maria e seu irmão passam por situações pesadas envolvendo seu pai e envolvendo segredos.
O mais interessante nesse livro é a evolução de cada personagem central. Arianne segue a linha do primeiro livro agora descobrindo e evoluindo seus poderes com sua acidez, língua afiada. Não conheço personagem como ela. Maria agora é professora da Escola do Real Saber e está descobrindo o lado duro da paixão, mas, ao mesmo tempo, mostra uma força incrível para segurar as rédeas na casa dos Hanson. João força a sua própria independência e é o personagem com uma curva dramática muito bem construída. Temi muito por esse menino.
Enquanto eu lia, achava que ia perder meu Snail para um lado ruim, mas esse cara sempre surpreende e continuo a amá-lo. O mesmo aconteceu com Anísio, mas de um jeito diferente, porque ainda não sei o que achar do rei. Ele tem momentos rudes, doces, é engessado, o extremo oposto de Axel que é super natural, assim como Branca. A princesa tem um texto que flui muito bem.
O narrador, que era o evento à parte o primeiro livro, está mais retraído. Ele conversa muito menos com o leitor com o do primeiro, mas ele continua a arrepiar nos momentos certos. Raphael Draccon é um ótimo bardo.
Esse livro é mais ensandecido em questão de referências. A cada lado que você olha, tem um personagem dando um tapa na sua cara dizendo que ele é um conhecido seu de longa data. Às vezes são rudes e podem parecer desnecessárias, outras você fica QUE? e querendo saber qual vai ser a função deles.
O livro parece às vezes machista, mas as personagens femininas se impõem o que me leva a crer que que é interferência do narrador que é quase um ser humano. Parabéns ao Draccon pela construção da Branca e da Bradamante.

Raphael Draccon mostra mais uma vez a força da fantasia brasileira, que hoje tem muitos representantes bons.
Também foi confirmado, enquanto lia, o 4º livro da saga. Se quiser embarcar nessa tour comigo então só fechar os olhos e segurar a minha mão. Vamos em 3... 2.. 1.
Até a próxima!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

"Sob Pressão" - O Veredicto Final

EVANDRO: Madalena morreu, eu não escolhi sofrer!
CAROLINA: Ah, mas você escolhe se vai continuar sofrendo todo dia - Sob Pressão, S1E02

Precisamos falar sobre Sob Pressão, série que nos deixou terça retrasada. Chamada por essa internet de Grey's Anatomy Brasileira, a série acertou muito, mas peca também. Vamos fazer um apelo à Globo para colocar roteiristas que acertem a mão, por favor.
Sob Pressão é uma série médica de nove episódios dirigida por Andrucha  Waddington, criada por Luiz Noronha, Claudio Torres e Renato e roteiriza por Jorge Furtado. Além disso, o elenco conta com Julio Andrade, Marjorie Estiano e Stepan Necerssian e vários convidados ilustres como o já citado no primeiro post Monarco, mas também Paulo Miklos e Luis Mello.
A série segue o esquema casos do dia e a história pessoal do Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano). Aí está o primeiro trunfo e o primeiro erro. Os dois personagens são otimamente interpretados, mas não existe tempo na grade para o desenvolvimento de dois casos e personagens, mais os coadjuvantes que não são poucos. Isso aponta para um erro de estruturação.
Após a morte da esposa, Madalena (Natália Lage), Evandro começa um quadro de depressão e se automedica e, nesse período de um ano, a ex-sogra resolve pô-lo na Justiça culpando-o pela morte da filha. Enquanto isso, Carolina revive fantasmas do passado relacionado a abusos familiares. Esse turbillhão de emoções acontecem num mundo caótico do sistema de saúde carioca, com falta de instrumentos, medicamentos e corrupção.
Os destaques entre os coadjuvantes são Stepan Necerssian, Orã Figueiredo e Carla Ribas. O personagem do Stepan, o diretor Samuel, não é tão profundo, mas é responsável por cenas muito boas sobre corrupção e fica entre o inconformado e cúmplice, dá para ver que ele não está confortável com as situações impostas. Orã Figueiredo é o alívio cômico representando um triângulo amoroso ou poligamia que é um personagem com mais desenvolvimento. Carla Ribas interpretou a ex-sogra do Evandro, intragável, ressentida, odiei a personagem a cada cena, mas é interessante ver que aquela mulher intransponível teria um pouco de empatia.

Ao longo dos nove episódios houve arcos sem sentido como o da Jaqueline (Heloisa Jorge) e Kelly (Talita Castro). Além de serem objetificadas, o histórico delas não foi aprofundado e, para elas estarem ali, elas devem ser boas atrizes. Um arco que surgiu do nada aparentemente é o arco do Rafael (Tatsu Carvalho); não dá nem para odiar o homem que foi figurante da própria história. Mas gostei bastante do episódio que teve residente Charles (Pablo Sanábio) protagonizando o tratamento de uma congolesa traficada.
Sob Pressão acerta muito nas temáticas que se propõe tratar. AIDS, abusos sexuais, violência doméstica, suicídio, tráfico de pessoas, doenças graves.

Com a segunda temporada confirmada e com 12 episódios, espero por uma história mais profunda ainda. A primeira temporada está disponível na Globo Play. Vale muito a pena assistir, por favor. É um choque de realidade fortíssimo!
Até a próxima!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Book Haul da Bienal do Rio 2017

Matheus,
Seja bem-vindo à escola Nossa Senhora do Korkovado! Formando bruxos desde 1808!
Um grande abraço,
Renata Ventura - autógrafo da Renata Ventura

Esse ano, eu fui à XVIII Bienal Internacional do RIo com sonhos não muito altos. Eu fui sexta-feira (08) e a programação não estava tão potente como no último ano que eu fui. Além disso, comprei 5 livros em vez de 13 da Bienal de 2015, mas vamos falar de qualidade e não de quantidade.
Bora pra lista!

1. E não sobrou nenhum - Agatha Christie

Esse foi um dos livros mais caros que eu comprei, mas eu quis muito. É o terceiro livro da Agatha na minha estante. Para quem não sabe, existe a série da BBC, And there were none, e foi meu primeiro contato com a obra.
Nesse romance da Rainha do Crime, dez pessoas são convidadas por um milionário para uma ilha. Nessa ilha todas as pessoas serão confrontadas com seu passado e temem pelas suas próprias vidas. Eu estou bem ansioso para ler.

2. Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres - Clarice Lispector

Eu entrei na Rocco encantado pelo que a editora propôs fazer e com certeza foi o estande mais bonito da Bienal, não importando quantos Tronos de Ferro você coloque na sua editora.
O livro de 1969 conta o romance de uma professora primária e um professor de Filosofia. Mesmo que os dois tenham desejos diferentes, os seus caminhos vão levar a autodescobertas e aprendizagens.

3. O Coletor de Espíritos - Raphael Draccon
Eu tinha ouvido falar desse livro, mas achei que só existisse em e-book, já estava ficando deprimido e aí entrei na Rocco. Vi o marcador e cacei esse livro loucamente. Esse é simplesmente um spin-off de Fios de Prata, um dos melhores livros do Draccon.
Nesse livro, somos apresentados a Véu-Vale, um vilarejo sombrio que há três dias sem cessar. O psicólogo Gualter Handam, antigo morador de Véu-Vale, precisa corrigir erros do passado e buscar a sua redenção e a redenção do seu vilarejo.

4. Lugares Escuros - Gillian Flynn

Minha compra mais barata da Bienal. O objetivo na Intrínseca era comprar o livro de TED Talks e um livro que custasse 10 reais e fosse interessante. No último ano, por exemplo, comprei O Torreão, da Jennifer Egan. Enquanto o livro do TED estava caro, o livro Lugares Escuros estava com um preço lindo.
A autora de Objetos Escuros e Garota Exemplar escreve um thriller diferente. A partir do ponto de vista da protagonista, do irmão e da sua mãe, o crime sobre o assassinato de sua família é reconstituído e a verdade pode ser arrebatadora.

5. A Arma Escarlate - Renata Ventura

Ai, os autores disponíveis para autógrafos! Eles ficam lá nas suas editoras com uma caneta em punho, um sorriso fácil e fazem a abordagem. Antes, Renan Carvalho. Desta vez, Renata Ventura, na Novo Século.
Em resposta à JK Rowling, Renata Ventura desenvolveu seu próprio mundo bruxo no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Hugo Escarlate se descobre bruxo e entra para a escola de bruxaria Nossa Senhora do Korkovado e promete a si mesmo usar a magia aprendida para efrentar os bandidos do Santa Marta.
O modo como a Renata abordou eu e minhas amigas foi muito fofo e dava para ver o brilho nos olhos dela falando sobre os personagens dela e a história. Foi lindo ver como ela abraça o romance dela e defende.

Conte-me tudo o que você comprou nessa Bienal de 2017 e como foi a experiência.
Até a próxima, leitores!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Tag 20 anos HP

- Claro que está acontecendo em sua mente, Harry, mas por que isto significaria que não é real? - Harry Potterr e as Relíquias da Morte, pág. 525


Mell Ferraz preparou 20 perguntas em comemoração aos 20 anos da saga Harry Potter. Eu não fazia a mínima ideia de que eu tinha estabelecido como meta ler os sete livros de HP no ano de aniversário de 20 anos. E eu vou responder a essas perguntas agora.

1. O quanto Harry Potter significa pra você?

Vocês acompanharam minha jornada com HP então vocês notaram que representou surpresa e reconhecimento da nossa deusa da literatura. E também significou reconexão com a infância.


2. Melhor livro

Prisioneiro de Azkaban, Câmara Secreta e Relíquias da Morte talvez sejam o meu top 3.

3. Qual livro mais te emocionou?

Enigma do Príncipe nunca chorei tanto lendo um livro

4. Qual livro você leu mais vezes?

Vou roubar aqui para Relíquias que eu comecei a ler e depois recomecei por motivos de final de período.

5. Melhor filme e 6. Melhor adaptação

Por ironia do destino eu não consegui ver nenhum deles inteiro, o que eu quase vi inteiro foi Câmara Secreta e achei maravilhosa a adaptação, só que por razões óbvias o filme é um pouco mais leve que o livro.

7. Personagem preferido

Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore.

8. Casa de Hogwarts

O Pottermore diz que sou Corvinal.

9. Local preferido

Acho que a casa do Hagrid.

10. Melhor vilão


Umbridge ou Tom Riddle, mas é a Umbridge.

11. Personagem que morreu e você queria tivesse sobrevivido

Todos da Ordem mesmo, menos o Snape.

12. Se pudesse  possuir uma da Relíquias da Morte, escolheria a Pedra da Ressurreição, a Capa da Invisibilidade ou a Varinha das Varinhas?

A Capa por motivos de invisibilidade e invulnerabilidade.

13. Se você tomasse a poção polissuco, em quem da saga você gostaria de se transformar?

Lupin, porque eu acho um personagem apaixonante.

14. Qual seria sua matéria preferida?

Feitiços com o Profº Flitwick.

15. Se fosse um animago, em qual animal se tranformaria?

Cachorro, gato ou uma ave, um passarinho

16. Você preferiria voar montado num hipogrifo ou na Firebolt?

Acho na Firebolt, mas acho que no hipogrifo me daria melhor.

17. Você preferiria beijar Voldemort ou nadar com Umbridge no Lago Negro?

Vamos de Umbridge, vai que ela se afoga.

18. Você preferiria viajar para Hogwarts via Hogwarts Express ou com o carro voador?

Poderia ter o Nôitebus nas opções, mas vamos de Hogwarts Express ter sensação de fazer uma viagem decente de trem. Alô, Supervia!


19. Você preferiria lavar o cabelo do Snape ou passar o dia inteiro inteiro ouvindo Lockhart falar sobre si?

Eu não aguentava o Profº Lockhart, então vamos de Snape.

20. Você ficou feliz com o final?

Não teria final melhor. O epílogo não é tão ruim, é uma forma de dar a final feliz a uma história que terminaria com luto.

Agora sim acabei com a sequência de Harry Potter. Agora vocês vão voltar a nossa programação normal. Mas vocês vão eu falar muito dele ainda, porque já se passaram 3 semanas que terminei a saga e ainda estou envolvido. Mas comecei a ler o livro da próxima resenha. Mas não trabalhamos com spoilers!
Respondam a tag nos comentários, por favor!
Até segunda!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Sétima Dose de HP - Amar é preciso

- É o amor de novo? - disse Voldemort, a zombaria em seu rosto ofídico. - A solução favorita de Dumbledore, amor que ele alegava conquistar a morte, embora o amor não o tivesse impedido de cair da Torre e se quebrar como uma velha estátua de cera? Amor, que não impediu de maar sua mãe sangue-ruim como uma barata, Potter; e ninguém parece amá-lo o suficiente para se apresentar desta vez e receber a minha maldição. Então, o que você morra agora quando eu atacar? - Harry Potter e as Relíquias da Morte, pág. 536.

Entre sorrisos e lágrimas vamos aplaudir JK Rowling que finalizou sua obra-prima com a maestria que veio depois de HP e antes de Relíquias da Morte. JK Rowling é de fato a rainha  desse mundo literário. Harry Potter é uma obra infanto-juvenil sim, mas tem tantas camadas que não dá  para resumir o título de infanto-juvenil para esses sete livros.
E hoje, o tema que me veio para falar de Relíquias da Morte, que é um dos livros mais confusos, cheios de plot twists e explicações, foi o amor. Assim como eu falei antes, os temas que eu determinei a cada livro são temas que não se restringem a somente o livro trabalhado. A temática de novidade está em quase todos os exemplares, sempre há um item mágico novo que vai impressionar; o terror psicológico está em todos os sete; toda a série se baseia em reviravoltas que é graça de uma história policial, como muitas vezes HP aparenta; morte é a temática da saga junto com o tema de hoje; a política e o jogo de poder estão em Hogwarts e o Ministério é uma sombra sobre a escola desde o terceiro ou segundo livro; e os vilões são a marca da JK Rowling  (vide meu último post). Claramente o amor é o motivo da história existir tanto quanto a morte e por isso eu vou terminar essa série como uma possível leveza. Não prometo que seus olhos não suem.
Segura minha mão. Vamos lembrar de por que Harry sobreviveu? Rabicho Pettigrew traiu os Potter, Voldemort foi dar uma de lobo-mau, Tiago morreu sem chance de reagir e Lílian foi proteger seu filho. O amor que Lílian tinha, que significava se dispôr morrer pelo filho, fez o menino Potter sobrevivesse, o feitiço ricocheteasse  e desprendesse um pedaço da alma do Lorde e Harry se tornasse uma Horcrux. Então o poder da morte foi abatido pelo poder do amor.
No final de Relíquias, Hogwarts passa pela mesma situação. Nenhum bruxo da resistência sofreu com as maldições d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado porque Harry se predispôs a morrer pelos bruxos que até então resistiam na Batalha de Hogwarts. Perceberam de novo que a história começou com amor e acabou com amor?
Foi o amor que fez com que os três amigos que se conheceram no vagão  do Expresso Hogwarts acabassem juntos levando seus filhos para o mesmo Expresso na plataforma nove e meia. Esse mesmo amor fez o Rony ter coragem para mergulhar no poço, salvar o Harry e destruir o Horcrux-medalhão. E fez Hermione lançar o feitiço que protegeu Harry de Nagini e Voldemort em Godric's Hollow.
E os vilões também amam. Tirando o amor doentio da Belatriz por Voldemort, é bom ressaltar que Narcisa só traiu Você-Sabe-Quem por causa de Draco Malfoy e devia ao Harry a vida do personagem duas vezes. Ciça sempre foi uma personagem que não me convencia da maldade e foi bom vê-la salvando Harry.
Eu tenho que falar desse amor doentio dos elfos domésticos, que são seres realmente fofos. A gente pode ter desenvolvido raiva por Monstro e Hermione  avisou que ia dar algo errado se Harry continuasse o tratando mal, mas impossível não reparar na afeição de Monstro por Régulo. Meu Deus! Régulo emprestou Monstro a Voldemort, Voldemort quase mata Monstro nas águas do lago, Régulo vai atrás de vingança e troca os medalhões, morre e faz Monstro guardar esse segredo, essa mágoa, sozinho pelo bem da família Black. Eu li o relato do Monstro sofrendo num grau. Foi uma das partes mais pesadas que JK Rowling escreveu na saga.
Depois dessa, tem a cena da morte do Dobby. O que Dobby sentia por Harry era lindo. Era uma reciprocidade bonita de se ler. Harry permitiu que Dobby ficasse livre e mesmo assim se manteve ligado ao protagonista para também morrer por ele infelizmente. Ele traiu os Malfoy por Harry e viveu por Harry até seus olhos "vítreos" ficarem "salpicados com a luz das estrelas que eles já não podiam ver."
Já falei de Lílian e de Ciça, mas tem uma mãe que abraçou mais criança que seus braços podiam e provou que coração de mãe sempre cobe mais um. E é cômico e doloroso acompanhar o arco de Molly Weasley. Ela ganha Harry e Hermione de filhos, perde Percy pela ambição do jovom, sofre todos os livros por causa disso. Faz de tudo para impedir os protagonistas de caçarem as Horcruxes. Cuida de Jorge que perdeu a orelha na Batalha dos Sete Potters. Vê o filho Fred morto e não desiste de lutar par ter a sua família, culminando no seu duelo contra Belatriz. Quem esquecerás de A MINHA FILHA NÃO, SUA VACA!?
E chegou a hora dele, Severo Snape. Não irei negar a coragem do personagem, mas estamos falando de amor. E o que Severo sentia por Lílian era amor? Confess que, quando ele morreu, eu fiquei "Tá bom. NEXT". E JK Rowling teve o trabalho de escrever um capítulo longo sobre a vida de rancor e amargura de Snape para justificar seus atos como Comensal da Morte e espião e mas um livro não esqueçamos de Enigma do Príncipe. A relação que Sev tinha com Lílian era possessivo, era nojento Alô, Dumbledore. Ele xingava-a quando ela tentava protegê-lo de Tiago. A Lílian tentou de fato tirá-lo do caminho do mal. O argumento de proteção ao Harry não importa. Vamos lembrar os momentos que Snape ajudou o Harry: impediu que Quirrel matasse Harry na Pedra Filosofal, quando Umbridge prendeu Harry na Ordem e para dar a espada de Godric em Relíquias. Tirando isso, ele odiou Harry o máximo que pôde. O que foram as aulas de Oclumência? Ele em vez de ver as qualidades de Harry compatíveis com a Lílian ele só via os defeitos do Tiago. Ou seja, que amor é esse?
Para finalizar essa saga, vamos lembrar de Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore. O falecido diretor de Hogwarts amou o Harry como seu filho ou neto e fez dele o herói que aplaudimos de pé ao final do livro. Foi o amor de Harry por Dumbledore que fez o protagonista apagar as desconfianças e ambições e seguir o plano de "bem maior" de Dumbledore.
Espero que tenham gostado da série! O link para cada posts sobre os livros está nas referências a eles no início do post. Eu realmente espero que tenha ressuscitado o amor por Harry Potter que vocês já tinham no seu coração.
Até semana que vem!

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Sob Pressão

Oh, Deus!
Dai-me força e coragem
Juro que não é miragem
O que existe em mim
A cada dia que passa
A tristeza me abraça
Está chegando o meu fim - Seu Antenor, Sob Pressão

Hoje é o dia de falar sobre o tiro que foi o primeiro episódio da nova série da Rede Globo, Sob Pressão. O esquema vai ser o mesmo que fiz com Supermax, falar do primeiro episódio e depois falar da série inteira, até porque eu não posso recomendar uma série que já acabou.
A série médica Sob Pressão é uma co-produção Globo e Conspiração Filmes que retrata a realidade de um hospital público carioca, porém pode representar facilmente o estado caótico dos hospitais brasileiros. A história é protagonizada por Dr. Evandro (Julio Andrade), cirurgião-chefe, e por Dra. Carolina (Marjorie Estiano), cirurgiã vascular.
A história conta com casos diários, mas também trazem a bagagem de cada personagem. Nesse primeiro episódio, os casos são um atropelamento de um grávida, o entalamento de uma criança e o câncer de laringe do seu Antenor. Os casos são mais profundos do que parece ser e mostram tanto a realidade da saúde como mostram a realidade da periferia brasileira e toda a nossa miséria.
Em cena, Julio Andrade traz uma densidade à trama junto com seu ceticismo, gana e sofrimento que faz você notar que não está assistindo uma série médica qualquer. Já Marjorie Estiano nos presenteia com leveza, com luz, mesmo sendo uma personagem que vive aquela realidade extremamente difícil e tumultuada. A dra. Carolina é aquela pessoa que vai reconfortar seu coração mesmo estando com o destino do mundo nas suas costas.
O elenco também conta com Stepan Necerssian, como o diretor do hospital; Bruno Garcia, como clínico-geral; Tatsu Carvalho, como neurocirurgião; Orã Figueiredo, como anestesista e alívio cômico; Pablo Sanábio, como residente; Heloísa Jorge, como enfermeira, e Talita Castro, como técnica de enfermagem. A equipe funciona para começo de série e é impactante ver como funciona.

A fotografia de Sob Pressão é, no mínimo, opressora. É escura, acinzentada. Dá para sentir que o clima ali não é confortável. As cenas geralmente contam com corredores lotados de maca, pacientes pedindo ajuda, as imagens de santos e anjos contribuem para um ambiente meio gótico.
Sob Pressão já começa como uma série tensa, claustrofóbica, mas você não quer largar porque você tem que saber se a grávida vai sobreviver, se o bebê vai sobreviver... Você já sofre por seus heróis por causa de todas as situações extremas pela qual eles passam.
A série é e será dirigida por Andrucha Waddington e Mini Kerti. Andrucha esteve na direção do filme homônimo de outubro de 2016. A criação foi de Luiz Noronha, Claudio Torres e Renato Fagundes. O roteiro é assinado por Jorge Furtado, mas também está na equipe Lucas Paraizo, Antonio Prata e Marcio Alemão.
Vamos aguardar o que vem por aí. Assistam Sob Pressão às 22:30 de terça na Globo depois da novela. Sei que é o dia do MasterChef, mas faz um esforço, por favor.
Até semana que vem!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

7 Doses de Veneno

As coisas que faço por amor - LANNISTER, Jaime

Hoje é dia de falar dos nossos seres mais odiáveis e que nós mais amamos. Sem eles a história não teria charme, tensão, não teria acidez. Sem eles a história não existiria, na verdade, porque eles criam os obstáculos e atazanam os mocinhos. Eles são os vilões!
Nesse post eu falarei sobre os melhores vilões literários. E lista será um podium, por isso vai começar do 7 e decrescer.

7. Irina Spasky, The 39 Clues

The 39 Clues possui uma gama de vilões bem variadas, mas Irina era uma Lucian ex-espiã da KGB com uma melancolia reprimida. É a primeira vilão que trajava unhas com injeções venenosas que faria um arco de redenção que me fez ficar triste com seu fim.
A russa era a única vilã que debatia com os Kabra sem problemas. Tão afrontosa que salvou a vida os mocinhos Amy e Dan e pediu para acabarem com a psicopata da Isabel.


6. Shirley Mollison, Morte Súbita

Morte Súbita é uma ficção muito real. Então os vilões são muito reais. O sr. Howard é extremamente crível, mas era o vilão do tipo asqueroso, mas Shirley é a do tipo "faço tudo pela minha família".

Pior sogra, hipócrita, superprotetora, braço-direito do marido, ambiciosa e traída.Shirley é intragável defensora da moral e dos bons costumes e egocêntrica. Acha que é rainha do mundo, mas é muito bom ver no fim que ela tem um lado frágil e descobre que ela não consegue ser dona dos destinos ao seu redor.

5. Tywin Lannister, As Crônicas de Gelo e Fogo

A gente sabe que Tywin Lannister é aquele monstro mais odiável da história e que abriu um leque para outros vilões como o amedrontador Roose Bolton e o seu bastardo Ramsay.
Tywin é um gênio da estratégia, sempre tentando proteger o nome Lannister e o patrimônio Lannister. George Martin sabe descrever muito bem o pai dos gêmeos com uma glória e uma onipotência. Os olhos verdes com pontos dourados a postura, o jeito de tratar os filhos Cersei, Jaime e Tyrion. Tá no sangue Lannister a monstruosidade.

4. Voldemort (Tom Riddle), Harry Potter

JK Rowling notoriamente sabe construir personagens e eu já fiz post só sobre os vilões de Harry Potter. Mas para esse post eu precisava relembrar Voldemort.
A semelhança do vilão com o herói é que provoca o nosso medo. A construção da ideia das Horcruxes é apavorante. A criação de Tom Riddle é um exemplo de como criar um personagem. Além da figura monstruosa do perverso Lorde das Trevas.

3. Big Jim Rennie, Sob a Redoma

Vamos falar sobre um dos meus vilões e personagens favoritos da face da Terra? Big Jim Rennie, pode entrar.
Sob a Redoma foi o meu livro favorito durante muito tempo e um dos motivos é o terceiro vereador Big Jim. Na realidade limite de Chester's Mill, Big Jim encontra um meio de se tornar um ditador perfeito. Dentro de toda sua carapaça de protetor dos vizinhos, se esconde a erva daninha que destruiu família, amigos e aliados.

2. Dolores Umbridge, Harry Potter

Não, ela não pode ficar fora dessa lista. E, sim, ela tem que ganhar a medalha de prata: a doce torturadora de adolescentes Umbridge.
O critério para colocá-la aqui foi: ela é uma monstra pior que Voldemort e em formato de cupcake humano. A forma fofa que ela carrega não esconde a crueldade dela porque ela não faz questão de esconder suas opiniões sobre tudo.
Em nenhum momento existe compaixão por ela, pela história dela, ela é apenas uma preconceituosa. O pior da personagem é que ela é extremamente crível. Dolores Umbridge existe. Enquanto Voldemort existiu, ela existe. Ela está por aí no seu almoço de domingo, ela está no seu Facebook, ela está no seu trabalho.


1. Presidente Snow, Jogos Vorazes

Quando eu decidi fazer um post sobre meus vilões favoritos só veio Corionalus Snow na cabeça até montar a estrutura. Por que o presidente de Panem? O ditador inabalável também não é desses que escondem seus objetivos e faz tudo tão às claras que ele tem um pacto de sinceridade com a heroína Katniss Everdeen.

Mesmo que a história seja passado em primeira pessoa, a gente consegue ver todo panorama psicológico do vilão. A escalada da sua posse foi maravilhosamente narrada por Finnick Odair. Tirando o fato que ele exalava cheiro de rosas e sangue que tanto apavorou a nossa arqueira favorita.
Vamos lembrar que ele também amava a netinha. A sinceridade é tudo na relação Snow-Catnip. Enquanto Harry e Voldemort eram ligados pela semelhança, Katniss e Snow tinham uma ligação tóxica de medo e cumplicidade. E que vilão que você conhece morreu rindo?

A ideia é em breve é falar do vilão queridinho do povo, Darth Vader. Então fiquem esperando que vai sair.
Qual a sua lista de vilões? Conta aqui embaixo, por favor!
Até segunda, meus leitores favoritos!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Homem-Aranha: De volta ao Lar

Se você não é nada sem esse uniforme, você não merece esse uniforme. - Tony Stark, Homem-Aranha: De volta ao lar.


Depois de seis filmes chegou a vez de Tom Holland vestir o uniforme azul e vermelho do cabeça de teia e mais um jeito bem diferente de interpretar o novo Homem-Aranha que está de volta, enfim, ao Universo Marvel.
O novo filme do Peter Parker conta com a direção de Jon Watts e traz de volta o contexto pós-Guerra-Civil e obviamente a Guerra de Sokovia e todas as consequências destes eventos eventos para os civis.

Após a Guerra Civil, Peter Parker tenta buscar formas de salvar o Queens e entrar para a equipe dos Vingadores, enquanto passa pelo Ensino Médio ao lado do seu amigo Ned (Jacob Batalon). A vida de monotonia acaba e a chance de mostrar seu valor chega quando a quadrilha do vilão Abutre (Michael Keaton) cruza seu caminho.
Um acerto do novo Homem-Aranha é o próprio Tom Holland. Tom consegue ser igual ou melhor que Tobey Maguire. Se analisarmos o último filme da Era Tobey, o Tom realmente está sendo o melhor mesmo. Ele é crível como um adolescente cheio de problemas na escola, o platonismo, a inteligência e o humor característico do personagem. E como um bom adolescente está sempre tentando se provar como um adulto maduro e responsável, e já imaginamos o resultado.
Como essa história não é de origem, o personagem do Jacob Batalon, o nerd Ned, ajuda no processo responsável pela descoberta do poder que teria em um personagem recém-empoderado. E o Jacob e o Tom conseguem passar essa cumplicidade dessa amizade entre Ned e Peter.

Nesse filme também a Marvel fugiu de qualquer padrão de beleza ao retratar suas donzelas indefesas. Nem a Liz (Laura Harrier) e Michelle (Zendaya) fazem linha frágil. As duas são super-inteligentes e as duas tem formas diferentes de demonstrar isso e assumo que não é necessário shippar ninguém para elas brilharem. A forma como a Kendaya leva o filme é muito interessante para o futuro da possível série de Homem-Aranha.
Não consigo imaginar outro Abutre senão Michael Keaton, e eu não consigo imaginar outro vilão para reiniciar a trama de Homem-Aranha. O ator transmite frieza, crueldade, determinação. O visual do vilão é impactante e realmente amedrontador diante do visual colorido e brilhante do Homem-Aranha (o melhor uniforme até então).

Após assistir esse filme eu fiquei com uma sensação boa e uma ruim atreladas. Homem-Aranha: De volta ao Lar não chega perto de ser ruim, a Marvel está ilesa sem muitos filmes extremamente ruins no currículo, mas é um filme bem desnecessário. Um filme que não precisava existir, mas, já que existe, é bem-vindo. Não chega perto do drama da primeira série e, graças a Deus, fica longe do últimos filmes.

E você? O que achou dessa volta do Homem-Aranha à Marvel?
Até segunda!

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Romeu & Romeu

Duas casas, iguais em dignidade - na formosa Verona  vos dirão - reativaram antiga inimizade, manchando mãos fraternas sangue irmão. [...] Os lances desse amor fadado à morte e a obstinação dos pais sempre exaltados que teve fim naquela triste sorte nos próximos capítulos vereis representados - Romeu & Romeu, S01E01 (adaptação de Shakespeare)

Quando Karol Conká diz que "pra ser ser ouvido o grito tem que ser potente", ela estava profetizando a série Romeu & Romeu de Faell Vasconcellos e Arthur Chermont, dirigido por Jonathan Mendonça, e disponível no YouTube para gente ficar feliz.
Pelo título, já sabemos que a série é uma adaptação do clássico de Shakespeare Romeu e Julieta, de 1595, só que versão claramente brasileira e claramente gay passada em 2016. A briga entre Montecchio e Capuleto, aqui, em Verona do Sul cidade fictícia, é travada entre Monteiro e Campelo gerada por um assassinato no passado está sendo posta à prova quando a nova geração começa a estreitar laços, principalmente os laços entre Rômulo e Ramon.
Durante o baile de máscaras da sra. Campelo (Leidi Dias), Rômulo, filho da aniversariante, conhece por acidente o mascarado Ramon Monteiro, filho mais novo da família rival. Depois de tanto fazer o que os outros achavam que era o melhor para ele, ele se sente vazio com a recente separação e leitura do diário polêmico do avô. E, enquanto a mãe de Rômulo tenta empurrar o ex-namorado para cima dele, ele tenta superar os problemas causados pelo Parkinson precoce fazendo vídeos do YouTube.
Embora a ideia não pareça original, quando a história começa, você já tem um pequeno choque. Primeiro pela temática. O Parkinson já é um tema tenso se estivéssemos falando de um idoso, daí Arthur Chermont resolveu falar disso no roteiro e atuar como tal. Arthur com certeza é um dos melhores atores da websérie. Ele tem uma carapaça de forte e de rebelde, mas por trás de toda ironia tem uma ponta de tristeza e vontade de resistir.

O modo como romance é construído é bem estruturado. O Ramon (João Mesquita) é um cara que está tentando se entender e ele traz empatia. E é um personagem que cresce por causa da química com o Rômulo. As cenas que o personagem sofre são bem dolorosas.
Vamos falar de Suely (Barbara Cury), a empregada doméstica dos Campelo. Meu Deus! Ela é maravilhosa! Eu amava todas as cenas que ele aparecia. E, por mais que fosse cômica, havia uma profundidade naquilo tudo. O jeito que ela tratava os filhos da patroa é lindo. O modo como ela se porta em cena é simplesmente lindo.
Desculpa mundo, mas um personagem que foi difícil de me sentir convencido foi Benjamin (Luan Carvalho), mas eu achava a Mayara (Paolla Sayuri/Gabriela Castello) tão legal para ele. Só que eu sentia algo muito mais uma tensão entre ele e o Ramon. Mas eu realmente queria gostar do personagem porque as camisas dele eram destruidoras e não era um nerd esteriotipado, né?
Sobre a narração do original de Shakespeare: cada episódio era um pisão daquelas drags. Vou tentar falar o nome de todas: Alexia Twister, Amannda Collen, Fefe Houston, Mina de Lyon, Minerva VonCock e Thereza Brown nomes de dragsqueens são maravilhosos. O uso delas pode parecer estranho no início, mas eu passei a esperar em cada episódio as aparições delas, são ótimas atrizes.

São 10 episódios tão bem dirigidos! Jonathan Mendonça faz várias coisas pro Cannes e trabalhou voluntariamente aqui. A sutileza do movimento dos personagens, dos detalhes, nada parece exagerado ou impossível. Eu não esperava uma cena de ação e a que teve foi bem construída , um quiproquó organizado. E as cenas finais me deixaram tenso num grau.
A mensagem da história passa longe do expositivo. A gente consegue entender tudo o que está acontecendo sem ninguém soltar algo na nossa cara. Até a árvore genealógica deles fica expressa aos poucos. Você vai entendendo quem é primo, quem é tio, quem é só amigo.
Eu me viciei lindamente nessa série que está disponível no Canal ArtWeb. O canal tem várias webséries sobre temas sociais e feitos de forma independente  e só tem 20 mil inscritos. Então dá uma visualizada no canal e vê no que dá.
Conta aqui embaixo se você já viu Romeu & Romeu.
Até segunda-feira!

P.S.: Fui parar nessa série por causa do curta Lamúria de Nathan Cirino de 2012. Os atores são Jonatha Medeiros, Pablo Carvalho e Fabiano Raposo e a produção ganhou um monte de prêmios. Apenas vejam também, tem só 15 minutos. Vai lá e volta para comentar.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Tag: Opiniões Impopulares

Eu sei que a tag é antiga, mas a gente trabalha com revival, porque essa é linda. A tag consiste em apontar livros/personagens que odiamos e as pessoas amam e vice-versa. Vamos às perguntas.


1. Uma série/livro popular que não gosta

A gente pode falar de Quem é você, Alasca?. Eu ainda não entendi porque as pessoas amam esse livro. O único personagem verossímil naquela história é o Coronel. Tem uma resenha aqui eu acho, se não tiver, eu já falei mal dele em diversas tags.


2. Uma série/livro popular que todo mundo parece odiar, mas que você ama

Eu tenho a impressão que as pessoas não gostam de Raphael Draccon, mas dele eu escolhi Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas que eu vi um hate absurdo e eu am tanto esse livro. O livro é lindo, tem um narrador encantador e tem personagens muito bem construídos a partir dos contos de fadas. Não odeiem, por favor!


3. Um triângulo amoroso em que a personagem principal não acabou com quem você queria ou um casal que você não gosta

Eu odeio muito o Peeta, então deduzam aí a resposta.


4. Um gênero de livros popular que você não costuma ler

Romance romântico e o erótico. Eu não consigo acreditar em uma história que carregue o drama de um casal se separando e se unindo ao longo de 300 páginas. E eu não consigo nem imaginar um erótico.

5. Um personagem popular que você odeia

Queria falar Alasca, mas vou mudar de foco. Vamos falar de filme? Não consigo suportar Júpiter, protagonista de O Destino de Júpiter. Ela surge no objetivo de ser a "personagem feminina forte", tem o objetivo de ser uma rainha intergalática, mas ela está ali sendo usada por todos os vilões, os outros herdeiros. E ela não faz nada, só o crush dela, que deveria funcionar como mentor e não como herói, faz alguma coisa. É um desserviço esse filme.

6. Um autor popular que você não consegue se interessar

Nicholas Sparks. Eu já superei meu lance com JK Rowling, hoje amo essa mulher. Mas Nicholas Sparks não. olha pr'essas capas e chore


7. Um clichê que você está cansado de ler

A donzela indefesa. Não consigo entender o personagem que sempre precisa ser salvo, tipo Piper antes de A Marca de Atena. Usei "donzela indefesa", mas se encaixa em homem também. Um motivo para odiar o Peeta.


8. Uma série ou livro popular que não tem interesse de ler

A culpa é das estrelas, do John Green.

9. "O livro é melhor que o filme". Diga um livro ou série que você achou o filme melhor que o livro

Não queria falar esse, mas é realidade. A gente aceita que o filme de Jogos Vorazes é melhor que o livro e principalmente a dupla A Esperança. A Esperança é o livro que eu menos gosto, mas são os meus filmes preferidos.