segunda-feira, 19 de junho de 2017

"Power Rangers: RPM"

ZIGGY: Às vezes quando eu morfo. não posso evitar notar uma explosão gigante atrás de mim, se  motivo aparente...
DOUTORA K: Assumo que está se referindo aos resíduos de energia que são necessários para dar claridade ao canal do Biocampo do traje durante a morfagem. - Power Rangers: RPM - E10

Desde que eu assisti Power Rangers - O Filme, eu fiquei na vontade de assistir uma temporada inteira. Logo depois, eu assisti Power Rangers: Operação Ultraveloz e, meu Deus!, não sei como produziram isso. Por isso demorei tanto para tentar ver outra temporada e estou aqui para falar de Power Rangers: RPM, porque essa sim merece ser lembrada e tinha sido esquecida.
Power Rangers: RPM foi lançada em 2009, nos EUA, e em 2010, no Brasil, e é a adaptação da série Engine Sentai: Go-Onger produzida pela Saban e transmitida pela ABC Kids, nos Estados Unidos, e pela Disney XD, no Brasil. Essa foi uma das temporadas melhor criticadas, ele só fica atrás de No Espaço, mas é que teve menos audiência; vamos falar sobre essa controversa temporada?
Depois de um vírus de computador, o Venjix, ser liberado e dominar o mundo, os humanos sobreviventes se isolam na cidade copulada de Corinto protegida pelos Power Ranger RPM. A história começa com a tentativa de Dillon e Ziggy chegarem à cidade. O primeiro perdeu a memória e está perdido no deserto e o segundo, na verdade, estava fugindo de Corinto. Ao alcançar a cidade, os dois se deparam com Scott, Flynn e Summer, os rangers, mentorados pela Doutora K.

Entre os personagens, os destaques vão para Summer (Rose McIver), Dillon (Dan Ewing), Tenaya 7(Adelaide Kane) e Doutora K (Olivia Tennet). A Summer em nenhum momento aparenta a fragilidade comum de Power Ranger feminina. Embora se apaixone, isso nunca assume o principal objetivo dela, e o arco dela é muito bom. Dillon é impulsivo e sedento pelo passado que ele não conhece, tem um jeito diferente de mostrar que gosta de alguém, tenta ser macho-alfa, mas tem momentos que precisa ser salvo e tem uma história maravilhosa relacionada com o núcleo dos vilões. Tenaya 7 é uma das melhores vilãs do Universo Ranger. Ácida, debochada, afrontosa e cruel, claro sem esquecer a dualidade. Dra. K é aquela personagem que tem tudo para ser vilã, mas a frieza dela dá lugar à inocência, insegurança, e ao mesmo tempo, ela tem umas tiradas contra o governo de Corinto.

Scott (Eka Darville), Flynn (Ari Boyland) e Ziggy (Milo Cawthorne) amo o jeito que o Ziggy luta não são grandiosos, mas possuem histórias interessantes. E esse é o trunfo dessa temporada: as boas histórias. O roteiro não é um combo de de cenas de ação do bem contra o mal que acaba com um megazord. Cada personagem tem uma personalidade, as histórias deles se entrelaçam com a história de Corinto. Existem episódios com cuidado de contar quem era cada ranger antes do apocalipse. E ousa na ficção científica.
A fotografia e a trilha estão lindas. As cenas no deserto são sépia, as de Corinto são meio pálidas, os personagens tentam quebrar essa frieza e essa hostilidade com uma explosão de cores, os zords têm um estilo mais arredondado com grandes olhos. E a trilha é metálica, tem sons de pneu cantando e de motor enquanto os rangers lutam. A Tenaya 7 tem um assobio antes de aparecer que causa aquela mini-tensão, você não sabe de onde vem o som e de onde vai vir o próximo golpe. E destaque para o capítulo que fala da Doc K que conta com uma luta ao som de um violino sensacional.
Tenho obrigação de falar de alguns jogos de câmera que são realmente impressionantes para Power Rangers. Uma das primeiras cenas conta com uma luta filmada a partir das sombras no chão a la Logan. A cena do Ziggy e da Tenaya 7 nos varais também é bem interessante, mistura a ideia do assobio com aquele mar de lençóis, gera uma desnorteada em quem está assistindo. Uma das lutas finais também tem um jeito muito bom, o capacete de um dos rangers cai e a finalização da cena é filmada a partir desse capacete no chão. Então RPM também arrasa nisso.
Por ser uma série infantil, Power Rangers: RPM tem esse perfil "moral da história". Todo episódio traz uma reflexão interessante desde "salve a natureza" a "seja o que você quiser  e as pessoas vão se orgulhar de você", e o enredo em si fala exatamente sobre os avanços tecnológicos. O duelo é humano versus máquina, passando pela precisão da máquina, a resistência humana, a velocidade dos dados, os sentimentos que nos tornam fortes.

Power Rangers: RPM é uma boa volta aos tempos de criança, de ler um TO BE CONTINUED e surtar, de ver a simplicidade de uma trama infantil, com poucas exigências, mas lembrar da vontade de contar uma boa história com mocinhos interessantes, vilões interessantes e contexto sedutor. A leveza infantil tem que ser valorizada.
Até a próxima!

Um comentário:

  1. lendo isso aqui depois de assistir o último episodio de power rangers rpm, sempre fui uma grande fã de power rangers, mas meio que parei de acompanhar depois de power rangers spd. tinha visto megaforce mas foi meio arrastado, agora power rangers RPM, foi ótimo, muito bem feita, e seu texto está incrível! concordo muito, power rangers rpm equilibra muito bem a leveza de uma série infantil com uma historia bem feita e que prende qualquer um!
    minha personagem favorita foi a tenaya 7, tanto pelo drama (que foi meio baseadopower rangers em espaço, vamos admitir, mas mesmo assim me tocou) quanto pelo fato de ela ser incrível, uma mulher forte, uma vilã carismatica, protagonizava as melhores cenas de ação, e o que dizer da atriz? da vontade de se espelhar nela! as expressões, o jeito dela, convence demais, quase chorei em cenas em que a expressão dela era triste, sem palavras sobre essa personagem. a dra K também é incrível é a que mais faz esquecer que eu estou assistindo uma série infantil, ahahah.
    (SPOILERS ABAIXO PARA QUEM NÃO VIU O FINAL DE POWER RANGERS RPM)
    fiquei sabendo que o final original de rpm, faria o dilan se tornar o vilão por causa do virus e os power rangers serem obrigados a mata-lo, isso realmente iria acontecer, mas estava pesado demais. o final que teve definitivamente foi bonito e mais apropriado para uma série infanto juvenil, porém, admito que seria interessante e nada previsivel, eu me surpreenderia bastante, já que eu tinha 99% de certeza de que o dilan iria se sair bem sobre o vírus.
    enfim, obrigada pelo texto, muito legal ler isso depois de assistir :)

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