quarta-feira, 22 de julho de 2015

O live-action de Mulan, o eurocentrismo e o modernismo

Quem não conhece Mulan? A heroína das animações que te inspirou a fantasias onde você cortava a cabeleira e fugia de casa para salvar a China? Com certeza quem é fã, como eu, ficou muito feliz com a notícia de um live-action(principalmente porque a disney tá arrasando, Cinderella foi maravilhoso). Tudo estava ótimo, até escalarem o elenco: Scarlett Johansson como Mulan.
Nada contra o trabalho da Scarlett, acho ela uma ótima uma ótima atriz. Porém Mulan foi baseado numa lenda chinesa, de uma heroína chamada Hua Mulan. Logo seria mais lógico que a atriz que interpretasse a protagonista, fosse chinesa ou, pelo mesmo, de etnia oriental.
Como seria mais lógico que a Princesa Tigrinha, da adaptação de Peter Pan desse ano, fosse interpretada por uma atriz de etnia indígena-americana e não por uma atriz ruiva dos olhos verdes.
E estes são apenas dois exemplos de algo bem maior: O eurocentrismo na nossa cultura.

A herança histórica do Ocidente


Como você sabe, a América teve grande influencia dos europeus e africanos, que ajudaram a formar a nossa cultura. Mas como os europeus eram os rycos que dominavam, a cultura deles se estabeleceu como “a certa” enquanto a africana foi marginalizada.
E isso se perpetuou ao longo dos séculos, os europeus ditavam a moda(não só no jeito de se vestir) mas no jeito de escrever, de pintar, de atuar e de agir. A Europa dessa forma foi o nosso maior referencial. Para você ser phyno você tinha que imitar eles. Até hoje nós temos essa crença( e olha que a maioria das vezes nem percebemos) se a gente for pesquisar por exemplos de cultura valor: majoritariamente europeu.
Claro, com a globalização os E.U.A ganharam bastante importância no cenário mundial, a literatura por exemplo. Mas eu sinto como se todo esse poderio, fosse uma herança europeia.

EUROPA: O CENTRO


E isso que ainda nem saímos da questão da literatura ou dos filmes, se formos considerar em outras áreas, a geografia que o diga: quantos mapas você vê em que a América do Sul está destacada? Quase nenhum, e quando vemos estranhamos, porque já estamos acostumados com a Europa ficar lá ocupando a posição principal.
E a história? Grande parte da nossa linha do tempo é baseada em acontecimentos que ocorreram na Europa, a Idade Média, por exemplo foi um período da história europeia que entra para os nossos livros de história. Até mesmo a nossa linha do tempo é influenciada pela europa, quando a generalizando sem entrar em cada pedacinho. Inserimos um contexto histórico que só existia lá!

E afinal de contas, isso é ruim?


Ruim? É péssimo. Não estou dizendo que a produção europeia seja ruim, não eu gosto muito dos filmes/livros/séries. Porém não podemos deixar de dar valor as outras tradições ( eu por exemplo comecei a me dar conta disso a pouco tempo, a querer entender mais sobre o meu país e sobre outros povos que participaram muito do Brasil, como todos os africanos).
E temos que dar valor a todas as etnias, a todas as culturas, melhor dizendo. Ter uma boa representativade para elimar preconceitos como “ai, corano, japonês e chinês é tudo igual” ou mostrar a cultura indigena, que ainda é pouco discutida nas salas de aula ou até em temas de livros ou filmes. A representativade desse pessoal já é pouca se comparada a outras, e agora vamos tirar ainda mais?

E a indicação literária, que até agora não apareceu…


E por isso eu gostaria de indicar nao só um livro mas e todo o modernismo brasileiro( e eu não li muitos livros modernistas). Esse movimento, de uma forma geral, foi quando o pessoal das artes quis se livrar dos padrões impostos(padrão europeu) e colocar novas ideias, novas formas de expressão.
O modernismo é divido em três gerações e tem nomes como Pagu, Clarice Lispector, Mario Quintana etc… O meu livro favorito, por enquanto( já que eu ainda estou me adentrando nesse universo modernista) é a hora da estrela da Clarice Lispector.
O livro fala sobre uma moça chamada Macabea, uma nordestina que se muda para o Rio em busca de melhores oportunidades de vida. E isso falando superficialmente, porque o livro é um mar muito profundo que vai questionar com exemplos simples a existencia da vida, o que significa exisitr, viver. Enfim é um livro curto, porém pesado no sentido das discussões tem hora que você se sente um idiota, ao ver que uma pessoa conseguiu ter toda aquela discussão ou começa a se preocupar com a maneira que você está vivendo.

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