quarta-feira, 20 de maio de 2015

A pressa de viver

Ola moças e moços,

Já faz um tempo que eu gostaria de escrever sobre a pressa de viver, a alavanca final foi quando alguns amigos meus disseram que meus vídeos ( que tem aproximadamente uns 16 minutos) estavam ficando muito longos, e por mais interessantes, que fossem ninguém iria chegar até o final.

Então eu fui tentando diminuir o tempo dos vídeos e isso ficou na minha cabeça. Se formos pensar de um tempo para trás 16 minutos não era tanto tempo assim, hoje seria uma eternidade. Cada vez mais um minuto se torna um tempo absurdo, cinco então nem se fala. Entre um segundo e outro um tweet novo pode surgir, com 140 caracteres que podem mudar sua vida.

E isso não está apenas na vida virtual, esta no nosso cotidiano. Comer mais rápido, se vestir mais rápido, escrever mais rápido e isso tudo para que? Para termos mais pressa no tempo que sobra? Para ler livros, e ter pressa em termina-los?

Hoje olhamos para os diálogos de Shakespeare com preguiça de ler algo tão longo, sem nos preocuparmos com o conteúdo, sem saber que ali pode estar uma declaração de amor que pode mudar nossas vidas. Olhamos para as digressões de Victor Hugo, revirando os olhos, sem nos preocupar se aquelas opiniões podem ser as nossas, olhamos para as longas caracterizações de Tolkien, e não nos preocupamos em nos sentir na Terra – Média.

E eu queria indicar um livro que me lembra toda essa pressa e chega a me preocupar com o fato de que podemos viver assim, e não demorara tanto tempo que é Fahrenheit 451, uma distopia escrita por Ray Bradbury.

Por sinal já tem critica aqui no blog, se quiser dar uma olhada. Bem, nessa distopia, o mundo mudou drasticamente. Os livros são proibidos e os bombeiros causam incêndios em vez de apaga-los. Um destes bombeiros é Guy Montag. Guy Montag é um típico anti-heroi vivendo sua vida normalmente quando conhece Clarisse, sua vizinha, que vê o mundo de maneira diferente… ( e não tem romance entre eles, graças a Deus) Inspirado por Clarisse, Guy toma coragem e salva um dos livros que era para queimar e começa a se interessar mais e mais por estes objetos.

Nesse mundo distópico, os livros são queimados por duas razões: a principal é para o pessoal não ter ideias, mas o Capitão Beatty, chefe dos bombeiros, também fala que as pessoas liam livros, mas o mundo foi ficando mais rápido, foram feitos resumos de resumos de resumos e de repente, todos pararam de ler. A Clarisse também fala, em vários de seus trechos, que as pessoas estão dirigindo com muita rapidez, que a grama é só uma mancha verde, que não tem tempo de ler os outdoors.

E, eu falei na crítica de Fahrenheit 451, que eu tinha medo de já estar vivendo nessa distopia, não só pela futilidade com que cada vez mais vivemos a vida, mas também pela pressa.

Quantas pessoas, em trabalhos escolares, por exemplo, preferem ler o resumo da Wikipédia em vez de ler o livro em si? Quantas vezes chegamos ao final do dia e não temos mais tempo para ler?

Isso é preocupante? Essa pressa toda é algo ruim? Ou eu estou exagerando? Há algo de bom nela? É uma evolução? Enfim, espero que possamos discutir mais sobre isso nos comentários. Obrigado por ler.

Então até mais e obrigada pelos peixes,

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