segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Diário de Leitura - "O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha"

Passaram-se 3 semanas. Infelizmente li poucos capítulos do livro, mas vamos falar sobre eles.
Comecei a ler o segundo volume, claro, e vou contar algunas cositas a ustedes.
Entre  o primeiro e o segundo volumes, Miguel de Cervantes escreveu alguns livros. O conjunto de 12 narrações breves, chamado "Novelas Exemplares", foi publicado em 1613 e, em 1614, foi publicado "Viagem de Parnaso". No ano do lançamento do volume que estou lendo, ainda foram publicados ""Oito comédias e oito estremezes novos nunca antes representados" e o drama "A Numancia". E, sim, isso foi 10 anos depois de o lançamento do primeiro e você reclamando que quatro anos depois o Martin ainda não publicou "Ventos do Inverno".
Durante essas três últimas semanas, eu li do Capítulo XXIII ao Capítulo XXXI e eu posso dizer que floppei. Era para eu ter lido de 14 a 21 capítulos e só li 8. De 14 a 21 porque  eu li nesse intervalo o livro "Objetos Cortantes", da Gillian Flynn (tem resenha no blog, saiu semana passada). 
Realmente eu tinha me cansado do livro, ainda estou um pouco. Foram muitos capítulos focados só em Serra Morena.
O Volume I acaba no meio do nada, ou melhor, no meio de tudo. Ao longo desses 9 capítulo nós acompanhamos D. Quixote e Sancho Pança tendo que aguentar a ideia de que eles libertaram prisioneiros condenados às galés. Se não bastasse um dos condenados roubou o burrico do escudeiro.
Para completar o cenário tragicômico, em Serra Morena, a nossa dupla conhece um louco por amor. Cardênio é um homem que ficou louco após ver seu grande amor que lhe estava prometida se casar com seu amigo falsiane. E D. Quixote se inspira, nele e em Amadis de Gaula (se não me engano) e revolve ficar louco também.
Sancho é enviado à Dulcineia do Toboso, só que encontrou o cura e o barbeiro no meio do caminho. E esses encontros e desencontros vão moldando essa parte da história.
Vamos falar do livro agora. Essa edição merece muitas palmas. Além de linda, o tradutor e a Editora Abril fizeram um ótimo trabalho por enquanto. "D.Quixote" tinha alguns problemas de continuidade e passou por uma revisão anos depois. O tradutor traduziu o texto original e foi adicionando, em Notas Complementares no final do livro 2, a cura para todos os problemas.
Como nessa parte Sancho Pança teve muitas cenas solo, nós percebemos que não é ganância que o move. É a esperança um pouco de ingenuidade. As formas como o licenciado e o barbeiro o manipulam chega a ser idiota, mas ele está tão inserido naquele universo do seu senhor que não existe a pretensão de perceber isso.
Essa parte da história revela intensamente o ar paródico que o livro imprime. Esse tom paródico reforça o lado lúdico que "D. Quixote". Até as história paralelas tem um tom lúdico.
Cardênio e Doroteia apresentam  histórias de amor bem exageradas, dramáticas. A futura esposa de Cardênio deu uma de Julieta e se envenena na hora do casamento com o amigo dele. Amigo esse que enganou Doroteia. Cardênio ficou louco e Doroteia foi para Serra Morena para se exilar de todos os homens.
D. Quixote é um oposto ótimo. Se a realidade é ruim ele vive a própria. Quem não gostaria de ser um semideus ou um tributo por pior que ambas as situações sejam?
O que acham da figura quixotesca? Você é quixotesco? Em qual livro você viveria? Escreva nos comentários! Vou adorar ler.
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